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Capítulo 14 - Ivo Silveira

Os homens que governaram Santa Catarina

Por Archimedes Naspolini Filho Criciúma - SC, 13/12/2018 - 09:05

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IVO SILVEIRA
25º Governador de Santa Catarina – 1966/71

Ivo Silveira, 25º Governador do Estado


A convenção estadual do PSD, de 1965, fora convocada para o auditório da Rádio Guarujá, na Rua João Pinto, em Florianópolis. Celso Ramos era o governador do estado, das fileiras pessedistas. Programara a sucessão às mãos de Alcides Abreu, um dos intelectuais mais respeitados no cenário acadêmico do Estado e Secretário Executivo do Plameg, o Plano de Metas do governo que Celso presidia. Os convencionais foram à capital certos de que Alcides Abreu seria o candidato.

Mas não era isso que o Dr. Deba – como era chamado Aderbal Ramos da Silva, Presidente do Diretório Estadual – queria. Não queria, mas não se manifestava. Aguardou até a hora derradeira e, somente aí, comunicou aos seus pares de Comissão Executiva que o candidato seria o deputado estadual Ivo Silveira, da Palhoça.

Abriu a convenção, leu o edital de convocação, comunicou que o candidato seria Ivo Silveira e não deu chances para qualquer reação. Encerrou aquela reunião convidando a todos para a homologação da candidatura de Ivo, à noite, no Teatro Álvaro de Carvalho. E à noite, no Teatro Álvaro de Carvalho, por unanimidade, os pessedistas homologaram aquela candidatura. Mais tarde Aderbal Ramos lembrava: canarinho não dobra na muda. Política não é para poetas

Ivo Silveira nasceu na Palhoça a 26 de março de 1918 e faleceu em Florianópolis a 2 de agosto de 2007 e sepultado na sua cidade natal. Filho de Vicente Silveira de Souza Júnior e de Lidia Sanceverino Silveira. Casado com Zilda Luchi Silveira, falecida aos 93 anos, dia 1º de maio de 1014.

Iniciou sua vida profissional nos quadros de servidores da prefeitura municipal de Palhoça. 

Adjunto de Promotor e, depois de concluir o curso de Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Santa Catarina, em 1941, foi nomeado prefeito do seu município. Governou Palhoça até 1948 quando, em pleito direto, foi eleito prefeito municipal. Nomeado Consultor Jurídico do Estado.

Foi Deputado Estadual durante 16 anos, em quatro legislaturas – de 1951 a 1965. Presidente da Assembleia Legislativa de 1963 a 1965. Nessa função substituiu o governador Celso Ramos de 31 de junho de 1966 a 1º de agosto do mesmo ano.

Eleito governador no pleito eleitoral de 1965, o primeiro contido no calendário dos governos militares e o último direto para escolha de governadores, antes da redemocratização de 1985.

Concorreu contra Antônio Carlos Konder Reis, da UDN, com o qual se uniria, na fundação da Aliança Renovadora Nacional, Arena, a 4 de abril de 1966. A chapa do PSD continha Ivo Silveira para Governador e o médico brusquense Francisco Dall’Igna, para Vice-Governador: recebeu 328.480 votos, ou 51,84% dos votos. A da UDN era formada por Antônio Carlos Konder Reis e o deputado estadual Laerte Ramos Vieira, para Vice-Governador, e recebeu 305.090 sufrágios, ou 48,16% dos votos.

Assumiu o governo dia 31 de janeiro de 1966 e governou até15 de março de 1971.

PSD + UDN = ARENA

Em 1964 houve uma ruptura na democracia brasileira, com a deposição do presidente João Goulart e a eleição, pelo Congresso Nacional, do Marechal Humberto de Alencar Castello Branco para completar aquele período, e essa História todos conhecemos. Nos estados houve cassação de mandato de alguns governadores e outros, como Ivo Silveira, mantidos nos respectivos cargos. Em 1966 os Partidos políticos de então foram extintos e criadas duas novas agremiações: a Aliança Renovadora Nacional e o Movimento Democrático Brasileiro. Ivo ajudou a fundar a Arena. Dall’Igna, o Vice, fora cassado pelo Ato Institucional nº 2, em 19 de julho de 1966, e o cargo de Vice-Governador precisaria ser preenchido. Como Ivo era do PSD, agora o cargo de Vice haveria de ser da UDN, os dois partidos majoritários em Santa Catarina, unidos na Arena. Celso Ramos comandava o lado pessedista e Irineu Bornhausen o lado udenista. E o indicado foi o filho mais novo de Irineu: Jorge Konder Bornhausen. Mas a Constituição estadual fixava idade de 30 anos para o exercício do cargo e Jorge contava 29 anos. Ivo Silveira engendrou a aprovação de emenda à Carta Magna de Santa Catarina e a idade foi fixada em 25 anos. E Jorge foi eleito. E Jorge assumiu. E Jorge e Ivo se deram bem.

Durante o seu governo foi implantado o Plano Estadual de Educação, o primeiro no Brasil, que resultou na construção de 3.500 salas de aulas. Corrigiu os vencimentos do quadro do magistério estadual: professores normalistas foram reajustados com 482% e os estatísticos em 783%. Criou e instalou a Companhia de Telecomunicações de Santa Catarina – Cotesc – embrionária da Telesc. Fundou a Caixa Econômica Estadual. Em Criciúma, construiu o Colégio Sebastião Toledo dos Santos, o “Colegião”.
Sua maior obra, assim entendida por todos os historiadores contemporâneos, foi administrar – com maestria - a união dos antagonistas tradicionais PSD e UDN num mesmo Partido, a Arena.

Faleceu dia 1º de maio de 1014, aos 93 anos de idade. Repousa no cemitério municipal de Palhoça.

Bibliografia: Corrêa, Carlos Humberto, Os Governantes de Santa Catarina de 1739 a 1982, Editora da UFSC, 1983; Arquivo Público de Santa Catarina; Wikipédia, Internet; Governo do Estado de Santa Catarina, Diário Catarinense. 
Contato com o autor: [email protected]

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