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Capítulo 15 - Colombo Machado Sales

Os homens que governaram Santa Catarina

Por Archimedes Naspolini Filho Criciúma - SC, 14/12/2018 - 09:05

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COLOMBO MACHADO SALLES
26º Governador de Santa Catarina – 1971/75

Colombo Machado Salles, 19º Governador do Estado


A tetra centenária Laguna, de Anita Garibaldi, nos deu três governadores durante o período republicano: Raulino Horn, Colombo Machado Salles e o atual Eduardo Pinho Moreira. Também era lagunense, o Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador João da Silva Medeiros Filho que, nessa qualidade, substituiu o Governador Raulino Horn de 12 a 16 de agosto de 1922. Ao Sul do estado junta-se Heriberto Hülse, natural de Tubarão.

“Fui um acidente na vida política de Santa Catarina”, costuma afirmar o nosso ex-governador. De certa forma, realmente o foi: até Ivo Silveira todos os governadores ostentaram histórico de vivência político-partidária. Colombo não trazia esse perfil no seu curriculum, embora tivesse exercido funções no governo do Distrito Federal, no início da década de 1960. O segundo nessa linha é o que nos governará na próxima gestão: o Comandante Moisés.

Colombo Machado Salles, filho de Calistrato Müller Salles e Bertha Machado Salles, nasceu em Laguna a 20 de maio de 1926.

Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná, em 1949. Em 1951 foi designado superintendente da administração do Porto de Laguna.

Em 1956 ingressou do quadro de engenheiros do ministério da Viação e Obras Públicas. Nessa condição chefiou o 17º Distrito de Rio e Canais Navegáveis, com jurisdição em todo o litoral catarinense. Transferido para o Rio de Janeiro representou o referido ministério no Conselho do Trabalho Marítimo, em 1962. Já, no ano seguinte, era designado chefe da administração do Porto do Rio de Janeiro e chefe do 18º Distrito dos Portos e Vias Navegáveis.

Do Rio de Janeiro foi para Brasília, administrada por uma prefeitura distrital, da qual foi secretário de Governo, secretário de Serviços Sociais, secretário de Finanças e secretário de Educação e Cultura. Foi membro do Conselho de Representantes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital e presidiu as Fundações Educacional e Cultural da capital federal.

Lecionou nas Universidades de Brasília e Goiânia. Dirigiu o Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis. 

De regresso a Santa Catarina foi nomeado Secretário Executivo do Plameg-II, equivalente à pasta do Planejamento, do governo de Ivo Silveira, a quem sucederia.

Colombo foi o primeiro governador “biônico” de Santa Catarina, assim denominados os detentores de cargos públicos sem o crivo das urnas: nascidos para tal em eleições indiretas. Seu Vice-Governador foi o empresário e político Attilio Xavier Fontana (empresas Sadia). Governou de 15 de março de 1971 a 15 de março de 1975. A indicação era feita pelo Presidente da República – Emílio Garrastazu Médici – e os eleitores eram os membros da Assembleia Legislativa do Estado cuja tranquila maioria era de deputados filiados à Arena, à qual se filiou Colombo Machado Salles.

Attilio Fontana, Vice-Governador do Estado


Nos corredores da política ouvia-se, com muita insistência, que Colombo Salles viera para dar um fim na oligarquia política estabelecida no governo catarinense, representada pelas famílias Ramos-Konder Bornhausen – o que nunca foi confirmado.

Planejou seu governo sobre as bases do “Projeto Catarinense de Desenvolvimento”. A área econômica recebeu atenção especial e foi estimulada por vultosos investimentos, merecendo destaque o setor das telecomunicações. 85.000 linhas telefônicas foram implantadas no território catarinense. A energia elétrica recebeu singular impulso: para se ter ideia do volume, 93% dos municípios foram atendidos pela Celesc com o aporte de 95.000 novos consumidores. Foi no governo de Salles que a Casan foi criada e o Estado passou a fazer parte do Plano Nacional de Saneamento.

No setor de transportes o grande destaque foi a construção da segunda ponte ligando a Ilha ao Continente. Projetada para oito pistas foi reduzida pela metade por ‘sugestão’ do ministro Golbery do Couto e Silva. Essa ponte recebeu o nome do construtor e foi entregue à população ao final do seu governo, dia de março de 1975. Deu solução, à época, para a travessia sobre o canal marítimo, até então resumida à Ponte Hercílio Luz que se constituía em enervante gargalo na mobilidade urbana.

Não descuidou do setor da Saúde Pública, do setor da Educação e do setor da Segurança, aos quais dedicou atenção especial. 

Ao deixar o governo foi indicado para ocupar um cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, onde foi aposentado.

Colombo Machado é autor dos livros Rios e Canais, 1993; A Região Costeira Meridional de Santa Catarina, 2005; e Desafio da Transformação, 2012. 

Bibliografia: Corrêa, Carlos Humberto, Os Governantes de Santa Catarina de 1739 a 1982, Editora da UFSC, 1983; Arquivo Público de Santa Catarina; Wikipédia, Internet; Governo do Estado de Santa Catarina, Diário Catarinense. 
Contato com o autor: [email protected]

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