Adolpho Konder nasceu dia 16 de fevereiro de 1884, na cidade de Itajaí, filho de Marcos Konder e Adelaide Flores Konder. Evelina, Arno, Victor, Marcos e Maria eram seus irmãos, tios dos também governadores do Estado Antônio Carlos Konder Reis e Jorge Konder Bornhausen.
Marcos foi industrial, escritor e político. Arno, foi diplomata. Victor foi deputado estadual e ministro da Viação e Obras Públicas do governo de Washington Luiz.
Depois de alfabetizado frequentou o Colégio Santo Antônio, de Blumenau, de 1892 a 1898. Em 1900 ingressou no Ginásio Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo, conhecido centro educacional de origem alemã, ali permanecendo até 1903.
Sua vida pública iniciou em Itajaí quando fundou e dirigiu o jornal O Novidades.
A família Konder, liderada por seu pai, sempre esteve ligada ao Partido Republicano e teve grande influência política em todo o território catarinense. Seu irmão, Victor, foi Deputado Federal, em 1920, e ministro da Viação e Obras Públicas do governo de Washington Luiz, de 1926 a 1930.
Advogado formado pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1908, embrenhou-se nas atividades políticas tomando parte ativa da Campanha Civilista, movimento político eleitoral na defesa da candidatura de Rui Barbosa à presidência da República. Essa Campanha se desenvolveu no ano de 1910, durante a República Velha. O Presidente da Província de São Paulo, Albuquerque Lins, era o candidato a Vice-Presidente. Nessa época Adolpho Konder exercia o cargo de secretário do Centro Civilista de Santa Catarina, ombreando com Hercílio Luz - também defensor da candidatura de Rui Barbosa à presidência.
Com a derrotada de Rui Barbosa – Hermes da Fonseca foi o vencedor - Adolpho Konder abandonou as lides advocatícias e passou a se dedicar à carreira diplomática chefiando o Bureau de Guerra do Itamarati, a convite do ministro José Maria da Silva Paranhos Júnior, o barão do Rio Branco. Era 1913.
Eleito o seu amigo e correligionário Hercílio Luz, governador de Santa Catarina, em 1918, Adolpho foi nomeado secretário estadual da Fazenda cargo que ocupou até 1918.
Em 1921 foi eleito deputado federal e reeleito nas eleições seguintes.
Na campanha eleitoral seguinte abraçou a candidatura de Artur Bernardes que, em 1922, foi vitorioso à presidência da República.
Eleito deputado federal em 1921, na legenda do Partido Republicano Catarinense, e reeleito em 1924, Adolfo Konder fez parte da Comissão de Diplomacia e Tratados da Câmara, na qual apresentou projetos sobre a construção de uma estrada de ferro entre São Francisco do Sul-SC e Assunção, no Paraguai, além de um estudo sobre o Tratado assinado em 1922 entre Brasil e Portugal. Adolpho era respeitado como um dos membros mais ativos de Partido Republicano, exercendo a liderança da respectiva bancada de Santa Catarina na Câmara dos Deputados em 1925 e 1926. Nesse ano foi eleito Presidente do Estado, para a gestão 1926/29. Recebeu o governo das mãos de Antônio Vicente Bulcão Viana, Presidente do Congresso Representativo Catarinense, dia 18 de setembro de 1926 e a ele o devolveu a 19 de fevereiro de 1929.
Do seu governo são pinçadas algumas obras e ações que merecem destaque, como a melhoria dos portos de Florianópolis, São Francisco do Sul e Itajaí, a dragagem do Rio Cachoeira, em Joinville, a retificação da estrada que demandava de Joinville a Curitiba, a edição do regulamento sobre reflorestamento. Adolpho Konder promoveu o I Congresso Catarinense de Municípios, o I Congresso Estadual de Professores e modernizou a Força Pública de Santa Catarina. No segmento agrícola incentivou o plantio de trigo e o cultivo à erva mate. O edifício do Tribunal de Justiça, na Praça Pereira Oliveira, foi obra do seu governo assim como o foi a do Mercado Público de Florianópolis. Em carroças e no lombo de cavalos foi o primeiro governador a alcançar as terras catarinenses do extremo Oeste, indo até a localidade de Dionísio Cerqueira, fronteira com a República Argentina e divisa com o estado do Paraná, ali criando uma escola, nomeando um exator para a arrecadação de tributos e sediando um destacamento da Força Pública (Polícia Militar).
Adolpho Konder, escritor, fundou a Cadeira 26, da Academia Catarinense de Letras e é patrono da Cadeira 3 da Academia de Letras de Biguaçu. Escreveu: A Isenção do Serviço Militar e a Dupla Nacionalidade (1924), Programa de Governo (1926) e Pontos de um Programa (1926).
O antigo campo da Federação Catarinense de Futebol o homenageava com o nome Estádio Adolpho Konder. É nome de diversas vias e logradouros públicos neste e em diversos outros estados da Federação.
Faleceu a 24 de setembro de 1956, na cidade do Rio de Janeiro. Está sepultado no Cemitério da Irmandade Senhor dos Passos, do Hospital de Caridade, em Florianópolis.
Bibliografia: Corrêa, Carlos Humberto, Os Governantes de Santa Catarina de 1739 a 1982, Editora da UFSC, 1983; Arquivo Público de Santa Catarina; Wikipédia, Internet; Governo do Estado de Santa Catarina.
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