Cientistas brasileiros descobriram uma nova variante do coronavírus. A descoberta foi relatada numa comunicação conjunta à Rede Corona-ômica de sequenciamento genético do Sars-CoV-2 por cinco instituições, coordenadas pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Num trabalho independente, a mesma variante também foi descrita por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela teria surgido em agosto e já se espalhado por estados de todas as regiões, à exceção do Centro-Oeste.
A nova variante tem uma origem distinta das linhagens brasileiras P1 e P2, que causam preocupação mundial, especialmente a primeira. Porém, também provoca apreensão porque compartilha com elas a mutação E484K na proteína S do vírus, alvo da maioria das vacinas e testes de diagnóstico.
Essa mutação é associada a uma maior capacidade de transmissão. Também se teme que possa escapar do ataque de anticorpos e, com isso, reduzir a eficácia de vacinas.
Epicentro da pandemia e com a transmissão do Sars-CoV-2 descontrolada, o Brasil é considerado um celeiro de emergência de novas variantes do coronavírus, um laboratório a céu aberto. Por isso, a descoberta preocupa, mas não surpreende, afirma Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do Laboratório de Bioinformática do LNCC.