A cirurgia de reconstrução de mama tem o objetivo de restaurar a forma, aparência e tamanho da mama. Ela é indicada na maioria dos casos de câncer de mama e quase todas as mulheres podem fazer, sobretudo aquelas que estão bem fisicamente e em boas condições de saúde. Apesar de comum, ainda há muitas dúvidas sobre o procedimento. Pensando em responde-las, o quarto vídeo da Campanha Viva mais- Outubro Rosa traz a cirurgiã plástica Fernanda Buss.
"A importância da mama é imensurável. Nós mulheres dedicamos muito a nossa feminilidade a mama. Ela representa feminilidade, sensualidade e autoestima da mulher. Então, sem dúvidas, a mama é uma parte muito importante não só do nosso corpo e também da nossa mente", diz.
Fernanda afirma que o câncer de mama mexe com o psicológico das mulheres de maneira profunda e diz que mesmo com excelentes tratamentos e altas chances de cura, muitas mulheres ainda tem medo. "Mexe com o psicológico de toda a família. E ela (a doença) precisa ser tratada de forma séria. Apesar de ser assunto que a gente debate todos os anos e estar exposto na mídia, ainda tem muitos mitos. Acho muito importante a gente falar sobre isso para ajudar essas pacientes", esclarece.
A cirurgiã explica que não há um único tipo de cirurgia de reconstrução da mama, há uma gama de possibilidades. "A inclusão da prótese de mama é diferente a cirurgia de reconstrução. A primeira é mais simples e com cortes menores. A gente inclui prótese de silicone em uma mama saudável, ou seja, ainda tem a glândula mamária, a aureola e o mamilo. Diferente a cirurgia de reconstrução de mama que depende do tipo e do grau do tumor. Também vai depender se vamos preservar aréola e mamilo, se teremos ou não a possibilidade de usar o músculo peitoral. É uma gama muito ampla de possibilidades, por isso, cada caso tem que ser avaliado de forma individual”.
A cirurgia pode ser simples, dependendo do tipo de reconstrução, mas na maioria das vezes é mais complexa. Fernanda esclarece que hoje existem técnicas capazes de recuperar a autoestima e a qualidade de vida da paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde tem a obrigação de cobrir este tipo de cirurgia.
"Acontece às vezes que por conta da morosidade do sistema, a gente não consegue o que seria o ideal, ou seja, a paciente que faz a mastectomia não consegue naquele mesmo tempo fazer a reconstrução. Há uma série de empecilhos impostos que fazem com que esse processo não seja tão legal quanto a gente gostaria”, conta.
Pós-operatório
O pós-operatório é tão importante quanto a própria cirurgia. "É um pouco mais delicado. O paciente precisa ter cuidado com o movimento dos braços, não usar nenhum sutiã apertado porque pode comprometer a vascularização, ter alimentação adequada e não ingerir bebidas alcoólicas. Pacientes fumantes, idealmente, precisam parar de fumar antes da cirurgia. Também é importante ir a uma fisioterapeuta e ter retornos regulares com o cirurgião. São cuidados mais apurados”, afirma.
Amamentação e reconstrução
Uma das preocupações após a cirurgia de reconstrução de mama é se a mulher conseguirá amamentar depois. Segundo a cirurgiã plástica, em muitos casos a paciente não consegue amamentar, principalmente se for feita a mastectomia. "A mastectomia implica em retirar toda a glândula mamária que é onde estão os ductos lactíferos que são os responsáveis por produzir o leite”, observou.
Ela explicou que, caso apenas um pedaço da glândula seja retirada, pode ser que a paciente consiga amamentar normalmente após a cirurgia. "Acho que o mais importante quando se está passando por este processo de câncer de mama e deseja gestar, é pensar em estar saudável, bem e presente com seu bebê. A forma que vai alimentar, depois a gente pensa".