As Lojas Fátima completam 60 anos em setembro de 2018. O Programa do Avesso recebeu o dono do grupo, o empresário Júlio Apolonio Wessler, 77. Ele falou sobre a diferença de ser comerciante antes da internet e agora, política e como atingiu o sucesso.
"A cada dia vimos uma nova tecnologia servindo. Eu sou do tempo da luz a querosene, que não existia nada", disse.
A Livraria Fátima, que tem este nome em homenagem a Santa, foi aberta em 1958. Na época, o padre Estanislaw Cizeski influenciou o professor Arlindo Junkes e o advogado Benedito Narciso da Rocha, a abrirem a loja, vendendo artigos religiosos, livros e imagens, itens que só eram comercializados em Tubarão. Os dois não tinham tempo disponível, e então chamaram Júlio, que era irmão de Arlindo, para colaborar. Depois de algum tempo ele assumiu o controle total do estabelecimento.
Segundo o comerciante, realizar anúncios no início da empresa era mais simples, já que existiam menos emissoras de TV, e todos acompanhavam. Neste avanço da tecnologia, surgiram algumas dúvidas quando a empresa passou a utilizar calculadora, antes todos os cálculos eram feitos na mão.
Para Wessler, a melhor época para a venda de produtos foi entre 1985 e 1995, quando as mercadorias necessitavam de câmbio para o dólar antes de serem vendidas. "Comprava por 10 e vendia por 100, não foi a melhor época só para mim", destacou. Ter itens em quantidade foi um dos diferencias para o grupo Fátima. "O comércio ganhou muito dinheiro. Foi ali que eu me dei bem, tinha muito estoque", contou.
Acredita que seja fundamental sempre vender produtos de qualidade, para manter a clientela. Nestes quase 60 anos, nunca pensou em fechar, e ampliou os negócios, abrindo lojas de brinquedos, papelaria e esporte. "Hoje muitos vão a loja fazer pesquisa. Hoje os clientes sabem o que querem".
O irmão de Júlio, Arlindo, foi prefeito de Criciúma. Mesmo com essa influência familiar e destaque no cenário empresarial, Wessler nunca foi candidato a nenhum cargo político.
“Se eu fosse para a política teria que me afastar da loja. Hoje em dia um político se não for corrupto, não se cria. Eu tive um irmão, o Arlindo Junkes, que foi prefeito de Criciúma”, afirmou.
A luta contra a corrupção que o Brasil passa atualmente é muito importante e segundo ele, o país deverá crescer quando se livrar dos maus políticos. “Ainda bem que tá acontecendo isso ai, estão limpando o tapete. Hoje em dia aquilo ali virou uma coisa que até parecia normal”, disse.
Ele começou a trabalhar cedo, sendo que aos 16 anos trocou Nova Veneza por Criciúma, e dois anos depois já era dono de uma empresa. “Hoje em dia a pessoa pode se sentir feliz no trabalho, mas não deixar um bom futuro econômico para si e para seus filhos”, finalizou.