O governador Carlos Moisés anunciou durante uma coletiva de imprensa realizada neste sábado, 11, que o comércio de rua estará autorizado para voltar a atividade em Santa Catarina já a partir desta segunda-feira. A nova liberação surge como um alívio para a grande maioria dos comerciantes do estado, que estavam com suas portas fechadas desde o dia 17 de março.
Empresária e dona de duas lojas de tecnologia no centro de Criciúma, Fabrícia Batista sentiu o peso da quarentena em suas próprias empresas, e teve que demitir, durante este período, quatro de seus 14 funcionários - e não descarta a possibilidade de futuras demissões. Apesar disso, Fabrícia ressalta dificuldades que as empresas terão daqui para frente, mesmo com a reabertura do comércio em SC.
“Nós não sabemos como vai ficar daqui para frente. A não liberação do transporte público, por exemplo, faz com que muitas pessoas não tenham como se locomover, funcionários que dependem de ônibus. Vamos ser otimistas, torcer para que outras atividades voltem o quanto antes para movimentar o nosso mercado”, comentou.
Para Edson, dono de uma loja também na região central de Criciúma, a volta das atividades não soluciona o estrago já feito na economia - mas é essencial, de qualquer forma. “Resolver o problema não resolve, mas precisamos dar o primeiro passo. Acredito que temos que começar a retornar a necessidade, precisamos disso, tanto nós quanto nossos funcionários, para que não continuem as demissões já iniciadas”, pontuou.
Os comerciantes esperavam que o governador liberasse a reabertura do comércio ainda na quarta-feira passada - o que acabou não acontecendo. Com isso, muitos já se preparavam para a volta ao trabalho, se adaptando e preparando as equipes para trabalhar de acordo com as orientações da Secretaria da Saúde.
Fechamento precoce das atividades
Fabrícia acredita que o decreto de suspensão de atividades do governador Moisés, tomada ainda na segunda quinzena do mês passado, não foi tão assertiva. “Acho que foi um pouco de exagero. Pela mídia e pelo que estamos acompanhando que o pior realmente seria daqui pra frente, se houver uma necessidade de fechamento novamente, a situação vai ficar mais complicada do que antes”, disse.
“Poderíamos estar trabalhando com todas as exigências, nos mantendo com álcool em gel e máscaras, assim como retornaremos na segunda, mas já podíamos estar trabalhando e evitado mutitas coisas”, concluiu a empresária.