Na manhã desta terça-feira, 26, a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal (RF) executaram a operação Câmbio Barriga Verde, que apura irregularidades no mercado de câmbio em Santa Catarina. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Criciúma.
Cem policiais federais, servidores e agentes cumpriram as buscas nas cidades de Florianópolis, São José, Criciúma, Garopaba, Imbituba, Urussanga e Itajaí, e, ainda, na cidade de Caxias do Sul, no Rio do Grande do Sul. Mas, como o grupo fraudava o mercado a partir do Sul catarinense?
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Segundo a Polícia Federal, as diligências iniciaram quando surgiram informações sobre movimentações atípicas de empresas que atuam com câmbio, seus sócios e pessoas físicas e jurídicas relacionadas. A principal firma investigada tem sede em Garopaba.
De acordo com a PF, o faturamento dela é de cerca de R$ 7 milhões, mas, entre 2013 e 2019, movimentou mais de R$ 1 bilhão, o que foi considerado incompatível, com base no Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf). A investigação ainda descobriu a existências de vários depósitos que, somados, superaram R$ 2 milhões, cujos alguns autores possuíam vínculo com a empresa-alvo da diligência.
O esquema funcionava a partir da criação de CNPJs para emular a existência de filiais. Além disso, os criminosos faziam uso de laranjas para esconder os verdadeiros beneficiários das operações e utilizavam firmas em nome de terceiros para a execução da lavagem de dinheiro e proteger os ganhos dessas fraudes.
Os investigados, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de operação ilegal de câmbio, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ainda houve um flagrante de posse ilegal de três armas de fogo em residência em Urussanga, com uma pessoa presa.