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Covid-19: Sul quer cerca de 650 mil doses de vacina

Municípios da região assinaram carta de intenções para compra da Sputnik V

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 14/03/2021 - 09:40 Atualizado em 14/03/2021 - 09:40
Foto: Arquivo 4oito
Foto: Arquivo 4oito

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A vacina se tornou a esperança para vencer a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). CoronaVac e Oxford/AstraZeneca passaram a chegar nos municípios no mês passado, mas ainda em pouca quantidade. Devido à lentidão das doses enviadas pelo Ministério da Saúde, municípios se movimentam na busca de alternativas para acelerar a imunização.

Em Santa Catarina, quem encabeça o processo é a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam). Esta mobilização resultou na assinatura de carta de intenções para a compra da Sputnik V por pelo menos 233 cidades catarinenses. Além disso, 265, dos 295 municípios catarinenses demonstram interesse.

O ponto de partida para essas negociações foi a entrega da Carta de Intenções (Letter of Intention - LOI), onde cada uma das cidades indicou a quantidade de vacinas que deseja comprar. Da Amrec, Amesc e Amurel, são 647.894,00 doses. A Sputnik V é produzida pela The Gamaleya Center e Russia Direct Investment Fund (RDIF) e distribuída pela TMT Globalpharm LTD. “Tenho acompanhado de perto. Como tesoureiro da Fecam, participo de reunião todos os dias da diretoria da Fecam e o presidente tem a intenção de adquirir três milhões de vacinas para os municípios que se demonstraram interessados. Assinamos as cartas de intenções e entregamos pessoalmente na Fecam. Para mim é uma das melhores vacinas. Eu gostaria de ser vacinado pela Sputnik V, pois ela tem mais de 91% de eficácia. Estamos tentando como organização adquirir a vacina e talvez isso pressione o Governo Federal a tomar providências”, salienta o presidente da Amrec, Jorge Koch.

O prefeito e Orleans lembra ainda que cada dose da vacina russa custa 9,75 dólares e, como são necessárias duas doses para imunizar uma pessoa, os municípios investiriam em torno de 120 em cada vacina.

Próximos passos

Na última sexta-feira, 12, a Fecam entregou toda a documentação à empresa que distribui o medicamento que, por sua vez, tem 72h para aceitar formalmente a proposta comercial, incluindo valores e prazos. Uma vez aceito o pedido, a empresa entregará a vacina em 15 dias úteis. O pagamento acontecerá somente após a chegada e liberação da vacina em território brasileiro.  “Somos a primeira federação de municípios do Brasil a protocolar a compra de vacinas. Nós acreditamos que o papel da Fecam é representar cada prefeito que têm enfrentado dificuldades nesse enfrentamento da pandemia e estão vendo pessoas morrendo. Só temos uma forma de superar tudo isso: vacinar a nossa população”, salienta o presidente da Fecam e prefeito de Araquari, Clenilton Pereira.

Quantidade de doses pretendidas por cada município do Sul catarinense:

Amrec:

Balneário rincão 10.357

Cocal do sul 6.000

Criciúma 300.000

Forquilhinha 21.769

Içara 45.798

Lauro Müller 10.000

Morro da Fumaça 20.000

Nova Veneza 12.000

Orleans 18.430

Siderópolis 11.274

Treviso 2.000

Total: 447.628,00

 Amesc:

Araranguá 30.000

Balneário Arroio do Silva 2.000

Balneário Gaivota 5.000

Ermo 3.000

Jacinto Machado 6.000

Maracajá 5.000

Meleiro 6.000

Morro Grande 2.000

Passo de Torres 3.000

Praia Grande 2.000

Santa Rosa do Sul 2.000

São João do Sul 2.000

Sombrio 20.000

Timbé do Sul 1.000

Turvo 6.000

Total: 95.000,00

Amurel:

Grão-Pará 7.800

Imbituba 50.000

Laguna 30.000

Rio Fortuna 2.500

Santa Rosa de Lima 2.776

São Martinho 4.190

Treze de maio 8.000

Total: 105.266,00

Lei facilita aquisição

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a lei nº 14.125 que permite que estados, municípios e setor privado comprem vacinas contra a Covid-19.

O texto teve origem no PL 534/2021, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. De acordo com o texto também fica permitido que os compradores assumam a responsabilidade civil pela imunização, o que pode abrir caminho para a entrada de novas variedades de vacina no país. “Enquanto perdurar a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), declarada em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), ficam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios autorizados a adquirir vacinas e a assumir os riscos referentes à responsabilidade civil, nos termos do instrumento de aquisição ou fornecimento de vacinas celebrado, em relação a eventos adversos pós-vacinação, desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha concedido o respectivo registro ou autorização temporária de uso emergencial”, diz primeiro artigo da lei.

Decisão do STF

A possibilidade da compra de imunizantes é possível após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que referendou decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski que autorizou os estados, os municípios e o Distrito Federal a importar e distribuir vacinas contra a Covid-19 registradas por pelo menos uma autoridade sanitária estrangeira e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não observe o prazo de 72 horas para a expedição da autorização.

A decisão prevê também que, caso a agência não cumpra o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 apresentado pela União, ou que este não forneça cobertura imunológica a tempo e em quantidades suficientes, os entes da federação poderão imunizar a população com as vacinas de que dispuserem, previamente aprovadas pela Anvisa.

A Sputnik V

Em fevereiro deste ano, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Rússia revelou  eficácia de 91,6% contra as formas sintomáticas da doença. Os resultados foram publicados na revista médica The Lancet e validados por especialistas independentes.

Os primeiros resultados de eficácia verificados corroboram as afirmações iniciais da Rússia, recebidas no ano passado com desconfiança pela comunidade científica internacional.

Os dados colocam a Sputnik V entre as vacinas com melhor desempenho, como as da Pfizer/BioNTech, que anunciam uma eficácia de cerca de 95% mas utilizam, no entanto, uma tecnologia diferente (RNA mensageiro).

Os resultados agora publicados na The Lancet dizem respeito à última fase de ensaios clínicos da vacina, a fase três, que envolve cerca de 20 mil voluntários.

Os participantes no ensaio, realizado entre setembro e novembro, receberam todos duas doses da vacina ou um placebo com três semanas de intervalo.

Em cada uma das doses, fizeram também um teste de PCR e, nos dias seguintes à administração da segunda dose, o teste foi realizado apenas em quem desenvolveu sintomas.

Os autores apontam, no entanto, uma limitação: uma vez que os testes PCR só foram realizados "quando os participantes declararam ter sintomas de covid-19, a análise da eficácia diz respeito apenas aos casos sintomáticos".

Além disso, com base em cerca de 2 mil casos de pessoas com mais de 60 anos, o estudo considera que a vacina parece eficaz nessa faixa etária, com os dados parciais mostrando que protege muito bem contra as formas moderadas a severas da doença.

A Sputnik V da Rússia é uma vacina de vetor viral, ou seja, utiliza outros vírus tornados inofensivos para o organismo humano e adaptados para combater a covid-19.

Trata-se da mesma técnica utilizada pela vacina da AstraZeneca (Oxford), que apresenta uma eficácia de 60%, segundo a EMA.

Enquanto a vacina da AstraZeneca se baseia num único adenovírus de chimpanzé, a Sputnik V utiliza dois adenovírus humanos diferentes para cada uma das injeções.

Segundo os seus criadores, a utilização de um adenovírus diferente em reforço da primeira injeção deverá causar uma melhor resposta imunológica.

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