Considerado um dos mais importantes grupos de difusão da cultura afro-brasileira do Sul do Brasil, a Cores de Aidê tem a arte como ferramenta para dar o seu recado: valorizar as mulheres e lutar por um mundo menos desigual, sem preconceitos. Criado em 2015, o coletivo vai levar a voz, a percussão, a dança, o samba-reggae, para Criciúma. No dia 10 de novembro tem a oficina de percussão a partir das 19 horas, e no dia 12, no mesmo horário, o show "Quem é Essa Mulher", ambos transmitidos pelo canal da Fundação Cultura de Criciúma www.facebook.com/FCCriciuma
Contemplado no edital Elisabete Anderle, o projeto foi reformulado devido à pandemia para um formato virtual e transformado em lives e oficinas gravadas no Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza, em Florianópolis, onde nasceu o grupo de mulheres. Além de Criciúma, Cores de Aidê leva seu show e oficina a mais três cidades: Joinville, Itajaí e Lages.
Elaborado pelas nove integrantes, o espetáculo, com uma hora de duração, é um mergulho no samba-reggae, gênero musical nascido na Bahia, uma fusão do samba brasileiro com o reggae jamaicano. Cênica, a apresentação tem performances inspiradas nas danças afro-brasileiras e o repertório é do primeiro CD da Cores de Aidê "Quem é Essa Mulher'', entre as músicas estão Lugar de Mulher, Negra, Vem com Aidê e Índia. Neste show, o coletivo de mulheres entoa músicas de referências de grandes nomes do samba reggae, como Olodum e Ilê Aiyê.
No palco, Cores de Aidê é movimento, com dança, vozes e um conjunto de instrumentos percussivos, como repique, caixa/tarol, surdo marcação, entre outros. Uma de suas integrantes, Sarah Massí, afirma que o coletivo valoriza a diversidade e o protagonismo feminino. "Vamos além do entretenimento, tem um discurso para mostrar que o lugar da mulher é onde ela quiser", diz uma das vocalistas Dandara Manoela. "É muito simbólico isso na percussão, que é um instrumento historicamente dominado pelos homens", observa.
OFICINAS – Para manter viva a cultura negra o projeto oferece a mulheres, homens e crianças, um curso virtual e gratuito de samba-reggae, percussão e dança afro. A partir de instrumentos como caixa, repique, surdos e xequerê, a oficina trabalha com diversos ritmos desse gênero musical nascido em Salvador, na década de 1980. São ensinadas convenções rítmicas com influências do Olodum, tambores e Cores de Ilê Aiyê, além de composições próprias.
SERVIÇO
Criciúma: 10.11 (oficina) e 12.11 live show, às 19 horas pelo canal da Fundação Cultura de Criciúma.
QUEM É AIDÊ?
Aidê era uma mulher africana que foi traficada no período escravocrata. O sinhozinho apaixonou-se por ela e lhe ofereceu a liberdade em troca do casamento. Aidê se recusou e fugiu para o quilombo de Camugerê, onde descobre o amor na coletividade. Cores de Aidê quer, com Quem é Essa Mulher, recuperar, em alguma medida, os significados da história de Aidê, uma mulher que não negocia seus valores, que dá força, que inspira o coletivo de mulheres.
QUEM SÃO AS INTEGRANTES DE CORES DE AIDÊ
Sarah Massí - regente geral e percussionista (repique, xequerê e caixa/tarol); Bê Sodré - percussionista (repique e xequerê); Nine Martins - percussionista (surdo marcação); Nattana Marques - percussionista (surdo contratempo); Carla Luz - percussionista (surdo fundo); Laila Dominique - bailarina e percussionista (surdo fundo); Fernanda Jerônimo - bailarina; Cauane Maia - vocalista e percussionista (agogô e surdo marcação); Dandara Manoela - vocalista e percussionista (repique e xequerê)