Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Criciumense conta a aventura de retornar da Índia em meio a pandemia

Aline Boff passou semanas no país estudando yoga em Rishikesh, e encarou um voo de 24 horas para voltar ao Brasil

Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 23/04/2020 - 13:57 Atualizado em 23/04/2020 - 17:51
Divulgação
Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

Nos últimos três anos, a criciumense Aline da Silva Boff vinha planejando uma viagem solo à Índia, com o objetivo de estudar e se formar como professora de ioga na capital mundial da prática: Rishikesh. A viagem rendeu muito mais do que uma formação à Aline, que se apaixonou pelas práticas e cultura hindú e encarou uma aventura de altos em baixos para retornar do país ao Brasil.

“Nada do que eu li poderia ter me preparado para a surpresa positiva que a Índia me apresentou. Em um piscar de olhos me apaixonei pela cultura, cores, comida, música e, mais do que tudo, pelo equilíbrio entre profundidade e leveza que eles levam a vida”, destacou.

A intenção de Aline era viajar pelo país assim que o curso acabasse, no dia 28 de março, mas seus planos acabaram sendo interrompidos pela pandemia. O curso, que inicialmente contava com 20 pessoas, acabou se encerrando com somente quatro, já que muitas pessoas voltaram para o seu país com medo do que poderia acontecer.

“No dia 22 de março o governo indiano fechou as fronteiras internacionais e, uns dias depois, fechou também as estaduais, municipais e até mesmo entre distritos menores. Essas medidas foram tomadas como prevenção e, de início, fiquei com muito medo, porque achava difícil me acostumar com a ideia de não sair para o distrito onde me encontrava. Mas com o tempo percebi a sorte que eu tive, pois estava em um distrito com absolutamente zero casos de coronavírus”, ressaltou.

A receptividade dos professores e do povo indiano como um todo surpreenderam mais uma vez Aline, que pode ficar 17 dias a além do período do curso na escola onde estava estudando, tudo isso gratuitamente, com café da manhã, almoço e jantar, lugar para dormir e, também, mais aulas de ioga. 

Aline tinha contato com a sua família através de mensagens e videochamadas. Aos poucos, as pessoas estavam sendo repatriadas e iam voltando retornando aos seus países. A embaixada brasileira não tinha um voo para Aline, e a inglesa, país onde ela mora atualmente, só teria um no valor de cerca de R$ 3.600 - o que não compensa. A estudante teve que utilizar na marra as técnicas aprendidas para lidar com a ansiedade de estar em um país onde ela nem ao menos falava a língua, longe de casa - mas que era extremamente seguro. 

No dia 13 de abril, Aline recebeu um telefonema da embaixada brasileira anunciando que tinha uma vaga para ela no voo gratuito de repatriação do dia seguinte. Ela fez as malas, se preparou emocionalmente e deixou para trás Rishikesh, um lugar que já considerava como um lar.

A volta

Na manhã do mesmo dia, três ônibus cheios de brasileiros partiram de Rishikeshi em direção ao aeroporto de Nova Deli, o qual estava completamente vazio, com um único voo para eles. ”O voo decolou às 11h da noite do mesmo dia, fez escala em Mumbai para buscar mais brasileiros e uma parada técnica na Etiópia”, pontuou.

Os brasileiros não saíram em momento algum do avião e, antes de retornar ao Brasil, fizeram mais uma parada em Togo. “Foram 24 horas diretas dentro de um avião com 300 pessoas. Que jornada infinita, e linda. Chegando em São Paulo, o transporte foi pela minha conta e peguei um voo para Florianópolis às 20h. Meu irmão foi me buscar no aeroporto, e cheguei em Criciúma às 00h00 do dia 16 de abril”, relembrou.

Aline fez o teste para o coronavírus, o qual deu negativo. O  seu susto foi ver como a pandemia estava sendo tratada no Brasil, de uma maneira tão diferente e menos rigorosa do que vinha sendo lidado na índia.”Eu não esperava ver tanto movimento livre e encontrar o comércio aberto como está. É meio esquisito falar isso em relação ao vírus, estava me sentindo mais segura na Índia do que no Brasil, porque lá eles estavam levando a situação super a sério”, afirmou.
 

Tags: coronavírus

Copyright © 2024.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito