De origem açoriana, o Boi de Mamão, cultura tradicionalmente catarinense, invadiu a Unesc nesta quinta-feira (24/11). O colorido dos bonecos e das fantasias, o ritmo das músicas e a felicidade das crianças, adolescentes e adultos estiveram presentes na Praça do Estudante durante o 6º Encontro de Bois e 2º Encontro de Maricotas, que contou com quatro escolas de Criciúma, Forquilhinha e Nova Veneza.
Uma das participantes é a aluna do nono ano da Escola Casemiro Stachurski, do bairro Linha Batista, de Criciúma, Talia Francisco, de 14 anos de idade, que incorporou os personagens e se apresentou ao público. "Comecei a participar porque gosto muito de teatro. O Boi de Mamão traz uma cultura que já tinha na nossa escola, que eu já tinha visto e que o meu avô já tinha me passado. Sempre gostei muito e sempre tive vontade de participar", conta.
A iniciativa foi da Coordenação de Cultura da Unesc que, inclusive, possui o projeto de Extensão "Boi de Mamão na Comunidade: intercâmbios culturais que fazem a diferença".
"Este movimento é feito por uma equipe que luta pela cultura. Cultura que é vida e nos faz ser melhores cidadãos. É por meio dela que conseguimos ser felizes. Todo este movimento é feito pelo Setor de Arte Cultura e a Unesc tem orgulho de todo o trabalho realizado, mas só conseguimos transformar a comunidade quando temos pessoas que nos incentivam", fala a diretora de Extensão e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego.
A coordenadora de Arte e Cultura da Unesc, Amalhene Baesso Reddig, a Lenita, destaca a satisfação em receber os grupos de Boi de Mamão na instituição. "A Unesc é um ponto de cultura. Um evento como este reverbera nas comunidades e na cabeça das crianças por muito tempo, fomentando uma cultura de paz e solidariedade entre as pessoas. Precisamos brincar cada vez mais, deixar sair aquela criança que temos em cada um de nós", cita.
O Boi de Mamão
O professor de Artes, Marcos Antonio dos Santos, que levou três grupos de escolas diferentes ao Encontro de Bois realizado na Unesc, lembra que esta cultura representa muito a diversidade e a pluralidade do povo e as influências dos formadores da sociedade catarinense. "Mantê-la viva é especial e fantástico e é este o nosso grande objetivo", diz.
Já a professora de Artes, de Artes da Escola Serafina Milioli Pescador, do bairro Operária Nova, de Criciúma, lembra que o sonho de criar o Boi de Mamão na unidade educacional vem de anos, mas só foi possível agora. "Devido à pandemia, não conseguimos antes, mas conseguimos iniciar a produção em julho e deixamos pronto em outubro com a participação de uma costureira voluntária e a participação de cerca de 20 alunos que interpretam os diversos personagens", relata.
Além das apresentações das escolas, o evento contou com exposições do Boi de Mamão Unesc e da Casa da Cultura Boi de Mamão - Beco do Beijo, de Tubarão e com o bate-papo com representantes do estado com o tema "Como nasce um Boi de Mamão?"