O curta-metragem "Intimidades", da cineasta criciumense Beatriz Kestering Tramontin, terá sua sessão de pré-estreia na próxima terça-feira, dia 27. A exibição será no Centro Cultural Jorge Zanatta, sede da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), às 19h30. Após o filme, haverá uma conversa com a equipe que participou da produção.
O curta aborda a rotina, as diferentes intimidades nas relações e o dia a dia do universo feminino. Os ensaios e as preparações começaram em fevereiro, e as gravações foram realizadas em abril.
Conforme define Beatriz, "Intimidades" é um vídeoensaio. Para isso, cita o argumento da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Consuelo Lins, de que o gênero possui o "traço específico de misturar a experiência do mundo, da vida e de si". "É um modo de imprimir e expressar a sua relação com o mundo", analisa.
Beatriz explica que o curta foi inspirado pela música "Copo Vazio", de Gilberto Gil, e por uma situação íntima de uma relação afetiva. "Não somos íntimos de todo mundo ao mesmo tempo. Compartilhamos intimidade com as pessoas de modos e intensidades diferentes", afirma.
Processo
Beatriz destaca que realizar um filme "é um processo que acontece". Ela lembra que começa com uma ideia, passa para um roteiro, ensaios e, finalmente, a execução. "Nunca é um processo fechado", afirma, explicando a evolução de entendimento que ocorre até a finalização.
"O filme vai além dessas relações de intimidade com o outro e consigo mesmo. Acho que há camadas: quem cuida da criança, quem tem esses momentos de descanso, como se dá esse momento entre a mãe e o seu descanso", comenta.
A produção do filme é composta prioritariamente por mulheres. Além da direção de Beatriz Kestering Tramontin, o filme conta com a atuação de Dori Búrigo, direção de imagem de Ana Bertolina, figurinos e direção de arte de Bruna Speck, montagem de som de Raquel Xavier, edição, montagem e finalização de Lara Andrade Fachin e produção de Antonio Rozeng. O projeto foi contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo, por meio da Fundação Cultural de Criciúma (FCC) e do Governo Federal, através do Ministério da Cultura.
A atriz Dori Búrigo comenta que participar do filme é uma experiência muito importante, especialmente por ser um projeto realizado por mulheres. "Isso colabora com o desenvolvimento e desperta a atenção para o audiovisual feito por mulheres", sublinha. Segundo Dori, atuar em "Intimidades" foi uma experimentação desafiadora devido às inúmeras indagações sobre a personagem. "Surgem questionamentos sobre o que é a personagem, ou se ela se torna apenas uma coadjuvante diante dos outros elementos, como o suco, o copo vazio, o copo cheio, ou até mesmo o próprio tempo", afirma.
Colaboração: Antonio Rozeng/Assessoria de Imprensa