A Guarda Municipal foi extinta em Criciúma no ano de 2017. Desde então e, principalmente, nas últimas semanas, a onda de crimes na cidade acendeu o alerta para a falta de segurança. Por isso, um debate antigo volta à tona. Segundo o Sindicato dos Guardas e Agentes de Santa Catarina, dos dez maiores municípios e economias do estado, apenas a Capital do Carvão e Jaraguá do Sul não têm o serviço à disposição.
"A Guarda Civil vem trazendo, de forma significativa, resultados na Segurança Pública. Cada uma tem o seu perfil. Efetivamente, com maiores números de prisões, tem Balneário Camboriú e Florianópolis. Das dez maiores cidades e economias de Santa Catarina, somente Jaraguá do Sul e Criciúma que não têm", afirma Ronaldo Damazio, presidente interino do Sindicato dos Guardas e Agentes de SC.
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"A Guarda Municipal é muito peculiar de cada cidade. Vamos pegar um exemplo, Balneário Camboriú, é bem mais voltada para a parte de repreensão. Lá eles são armados e têm fuzil, através de uma Parceria Público-Privada. A minha cidade, Tubarão, é mais direcionada ao preventivo e ao social. Lá a gente faz ações dentro do município abordando moradores de rua", acrescenta Damazio.
Para o coronel Márcio José Cabral, comandante do 9° Batalhão da Polícia Militar (9°BPM) entre 2011 e 2015, é importante lembrar que o município de Criciúma já tem uma história com a Guarda Municipal. "Isso tem um peso nas discussões atuais. Eu lamentei, à epoca em que houve a extinção, porque sabia da capacidade de muitos profissionais. Só que ela não sucumbiu pelo gestor da cidade, mas por conta de alguns equívocos firmados", frisa.
"Eu entendo que a Guarda Municipal é muito útil à Segurança Pública, mas ela precisa estar alicerçada em situações que não deixem acontecer os mesmos erros da época. O primeiro deles é ter uma liderança equilibrada, que faça com que a instituição vá adquirindo lentamente a confiança e respeito do cidadão aqui em Criciúma", completa o coronel.