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De sem teto a trabalhadores, quem está na rua no amanhecer

Mesmo com os decretos municipal e estadual, há quem esteja pelas ruas em Criciúma nesta sexta

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 20/03/2020 - 07:39 Atualizado em 20/03/2020 - 07:45
Uma pessoa correndo na Praça Nereu Ramos logo cedo. Não pode / Fotos: Heitor Araújo / 4oito
Uma pessoa correndo na Praça Nereu Ramos logo cedo. Não pode / Fotos: Heitor Araújo / 4oito

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Já sob o vigor do mais recente decreto do governador Carlos Moisés, ratificado em nível municipal pelo prefeito Clésio Salvaro, Criciúma deveria amanhecer nesta sexta-feira, 20, com ruas absolutamente vazias na luta contra o coronavírus. Mas não é exatamente isso que acontece, conforme constatou a reportagem do 4oito nas primeiras horas do dia.

Alguns foram flagrados caminhando e correndo em ruas centrais. A Polícia Militar já está orientada a abordar e mandar para casa quem insistir em permanecer fora da quarentena. 

Rua Henrique Lage praticamente vazia às 7h. Uma mulher caminhava na calçada oposta

Mas há os que precisam sair de casa para trabalhar. "Trabalho em uma casa de família. Eles fizeram um acordo comigo, me pagam o Uber, mas como eu gosto de fazer caminhada, pela manhã eu vou a pé. Saí de casa 7h, chego lá umas 7h30min", contou Marlene, de 66 anos, que é empregada doméstica. Ela garante que está se cuidando e não teme andar pelas ruas, mesmo com todo o temor que cerca o coronavírus. "Não. Eu estou me cuidando, me precavendo. Eu lavo as mãos, passo álcool gel", garantiu.

Ela estava entre os poucos que apertavam o passo para chegar no trabalho. Funcionários de laboratórios, farmácias, do Hospital São José e alguns empregados privados que seguem na ativa formam boa parte do público externo da arrancada da sexta-feira.

Rodoviária vazia e poucos carros na rua

Nos postos de combustíveis que estão abertos, o temor de quem trabalha. Frentistas contaram que atuam normalmente, já que a procura por combustível continua, e eles afirmam que estão em situação de risco, pois não receberam nem máscaras nem luvas, já que estão em contato direto com as pessoas. 

A reportagem flagrou um homem com uma mala na mão nos arredores da Estação Rodoviária em seguida das 7h. Era o Cristiano, que está sem teto há cerca de 30 dias. "Uma situação bem complicada. A gente tem medo mas infelizmente somos obrigados a passar por essa situação. Vamos levando da forma que podemos", contou. "Não procurei familiares nem órgãos públicos. A gente sabe que a maioria está fechado", afirmou. "Tem outras pessoas na mesma situação", emendou. "Essa situação minha é temporária, estou atrás de emprego, mas não tenho outra opção até conseguir algum trabalho", garantiu.

Perto dali, um homem foi flagrado dormindo debaixo de um treiler. A Estação Rodoviária encontra-se fechada. A prefeitura de Criciúma esclareceu, de pronto, que segue com seus serviços de acolhida operando normalmente.

Homem flagrado dormindo em um treiler na Rua Giácomo Sônego, perto da Rodoviária

Criciúma segue sem casos suspeitos de coronavírus. Em Santa Catarina, são 21 confirmados.

Tags: coronavírus

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