Os depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Respiradores se encaminham para a sua finalização. Nesta terça-feira, 7, mais duas pessoas serão ouvidas pelos deputados a partir das 17h. O secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, e o ex-superintendente administrativo da SES (Secretaria de Estado da Saúde), Vanderlei Vanderlino Vidal serão os depoentes . A CPI investiga a compra de 200 respiradores, em março deste ano, com o pagamento antecipado de R$ 33 milhões à Veigamed.
Tasca será ouvido, pois ele é o responsável por criar um grupo no WhatsApp chamado "Covid-19", onde era tratado sobre os pagamentos antecipados. "Nós identificamos em um grupo com algumas informações e conversas dele sobre o pagamento antecipado, principalmente um Projeto de Lei (PL) apresentado na Assembleia Legislativa no dia 30, pedindo a autorização para fazer o pagamento antecipado e também criando regras para esse pagamento. No dia seguinte esse PL foi retirado e foi justamente no dia que realizaram o pagamento", explica o relator da CPI, Ivan Naatz (PL).
O ex-superientende será ouvido já que participou do governo em dois momentos distintos, antes e depois da compra dos respiradores. "O Vidal era o superintendente antes da Márcia Pauli. Quando veio o decreto de emergência por causa do coronavírus o Vidal saiu e a Márcia entrou. Quando a Márcia saiu, o Vidal voltou. Então porque houve essa troca? Porque saiu e voltou?", comenta Naatz.
Relatório pronto até o fim do mês
O deputado Naatz precisa finalizar o relatório da CPI até o fim de julho. De acordo com ele, a Comissão já está se encaminhando para o fim. "Acho que os últimos capítulos desse livro vão ser escritos nos próximos dias, ao compromisso de entregar o relatório no final desse mês de julho", enfatiza.
Conforme o deputado, o grupo de depoentes já foi quase ouvido em sua totalidade. "Tinhamos um grupo de pessoas pequenas envolvidas nesse caso, então não é um círculo muito grande de pessoas para serem ouvidas. Não tem muito mais o que a CPI fazer a não ser que apareça alguma coisa nova que a gente não tenha domínio", respalda.
As novidades podem vir de outros órgãos que também investigam as compras e os pagamentos antecipados. "Existem dois inquéritos que tramitam na Força-Tarefa e na Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) que estão em segredo de justiça. Desses inquéritos podem surgir novidades", explica.
Para Naatz, o processo está afunilando os trabalhos. "A Polícia Civil (PC) e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) devem também apresentar denúncias nos próximos dias. Há ainda uma sindicância interna trabalhando dentro do Governo do Estado e todo mundo vai acabar convergindo para a mesma situação", conta. "O trabalho da CPI agora é de apresentar uma prosposta para que isso não se repita e regulamentar tudo o que acabou acontecendo", completa.
Os depoimentos começam a partir das 17h na Alesc em Florianópolis.