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Dia do Combate ao Câncer Infantil: "Sem a casa Guido, eu acho que nem estaria aqui hoje", diz paciente

Data serve para conscientizar sobre a doença e apoio às crianças e adolescentes

Por Redação Criciúma, 15/02/2025 - 12:53
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

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O Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil, celebrado no próximo sábado (15), serve para conscientizar sobre a doença e apoio às crianças e adolescentes com câncer, além de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce no aumento das chances de cura. A Casa Guido é uma instituição que acolhe e presta todo o suporte aos pacientes e familiares que passam por esse momento tão delicado, fornecendo medicações, exames e consultas, além de uma equipe multidisciplinar que atende diariamente.

Nem sempre os médicos conseguem identificar os sintomas do câncer infantil num estágio inicial, isso porque eles se assemelham muito às doenças comuns da infância. Por isso, a Casa Guido conta com o programa Diagnóstico Precoce, que tem o objetivo de orientar as unidades básicas de saúde, escolas e instituições em geral acerca dos sinais da doença, capacitando profissionais e levando informação.

"O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento contra o câncer, por isso nesse dia é preciso reforçar a importância dos exames, de procurar e investigar qualquer aparecimento de sinais e sintomas. Além de toda a qualidade de vida que o diagnóstico precoce pode oferecer, isso traz uma chance de sobrevida muito alta. Nós, da Casa Guido, trabalhamos incansavelmente para levar informação, conhecimento e alertar a população de que o câncer infantojuvenil também existe", salienta a biomédica Ana Caroline Francisco.

Ela conta que para 2025 os planos são de realizar os trabalhos com uma abrangência ainda maior, fazendo capacitações nas unidades de saúde, palestras nas escolas, nas empresas e também para o público em geral. "Queremos que a população esteja atenta aos sinais e sintomas, que procure, de fato, orientação médica para investigar e descartar qualquer outra possibilidade, mas não deixar aquele sinal evoluindo ou piorando o quadro. O diagnóstico precoce poderá proporcionar a essa criança mais de 80% de chance de cura", explica Ana Caroline.

A médica oncologista infantil e hematologista, Dra. Juliana Dal Ponte, afirma que somente 8% dos casos de câncer são diagnósticos precoces. Ela explica que é considerado diagnóstico precoce quando a doença não se espalhou, quando ainda está localizada. "O diagnóstico precoce é extremamente importante, pois aumenta as taxas de cura, conseguindo um controle maior da doença. Hoje a gente tem muitos medicamentos e exames que contribuem com a classificação de risco das doenças oncológicas, bem como no tratamento. Mas, o SUS não cobre muitos exames de imagem, moleculares e medicamentos, e a Casa Guido ajuda nessa questão", comenta.

De acordo com a médica, quando os sinais persistem por mais de 10 dias, é necessário investigar, e estar atento a sintomas como dores de cabeça e abdominal, ínguas que não regridem espontaneamente, perda de peso de forma inexplicada, fadiga, febre prolongada sem causa definida, entre outros. Ela comenta que os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes são leucemia, linfomas, tumores no Sistema Nervoso Central (SNC) e tumores abdominais.

"Sem a casa Guido, eu acho que nem estaria aqui hoje"

O pequeno Silas Nandi Arrubes, hoje com nove anos de idade, passa pelo tratamento contra Leucemia – LLA B. Mas quem olha para ele, nem consegue perceber. Sua energia e alegria são contagiantes – ele é comunicativo, simpático e adora abraçar. E brincar? É com ele mesmo. Vive pelas ruas, quando está em casa passa um bom tempo com os animais que vivem no sítio e quando chega à Casa Guido gosta muito de ficar na brinquedoteca.

Mas nem sempre foi assim. Aos sete anos de idade, quando foi diagnosticado com a doença, Silas começou sentindo muito cansaço, o que era estranho para uma criança que vivia brincando na rua. Foi então que a mãe, Francyelli Nandi Souza começou a prestar atenção nos sintomas que vinham surgindo, como episódios de febre, dor abdominal e perda de peso. Silas chegou a perder seis quilos em apenas um mês, sem explicação.

"Levei ele no posto de saúde e no hospital, mas não foi diagnosticado naquele momento pois não apareceu nada no hemograma", relata a mãe. "Fizemos mais alguns exames, mas não apareceu o diagnóstico. Percebi que a gengiva dele estava roxa num dia quando ele foi escovar os dentes e os pés também estavam roxos, com hematomas", lembra.

Foi então que Silas enfim recebeu o diagnóstico em dezembro de 2023 e precisou ficar internado cerca de um mês no hospital e logo em seguida deu início ao tratamento com quimioterapia. "Sou comerciante e tive que deixar o trabalho de lado para poder me dedicar 24 horas ao meu filho. Nossa rotina mudou completamente, quando recebi o diagnóstico, foi um baque, fiquei sem chão. Mas aí fui conversando com outras mães, com a equipe médica e fui percebendo que tinha muitas chances de cura", detalha Francyelli.

Ela conta que no mesmo dia em que deram entrada na oncologia, já conhecemos a Casa Guido. "Na primeira vez que vim para a Casa Guido foi depois do período de internação, mas antes meu marido já estava indo até lá para buscar a medicação. Nós recebemos remédios, que eram muitos, e injeções também, que eram muito caras. A Casa Guido é muito importante não só para nós, mas para todas as famílias. Somos acolhidos com muito carinho e amor, tudo o que a gente precisa encontramos aqui. Sem eles, não sei o que aconteceria", diz.

Silas segue no tratamento que deve se estender ao longo do ano. Ele lembra de como foi no começo. "Eu nunca chorei para tirar sangue, mas depois que eu tinha que fazer isso todos os dias, eu não aguentava mais, começava a chorar e gritar", comenta. Mas hoje em dia Silas já não chora mais, pois não precisa tirar sangue todos os dias, graças ao Port-a-Cath, um cateter totalmente implantável, evitando a necessidade de punção de novas veias e toda a carga dolorosa e emocional associada.

Atualmente, Silas leva uma rotina normal, com exceção das aulas que precisam ser dentro de casa com a presença de uma professora, pois ainda não está liberado para ir para a escola. Ele gosta muito de vir até à instituição para brincar e toda semana precisa estar no hospital para o tratamento. "Para mim, a Casa Guido é uma família, que nem meu pai e minha mãe. Sem a casa Guido eu acho que nem estaria aqui hoje", declara Silas.

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