O Dia dos Pais é uma das datas mais prestigiadas no mundo todo e, no Brasil, em especial. No país, o dia é comemorado no segundo domingo do mês de agosto, em que os pequenos prestam todas as homenagens possíveis aos seus heróis. Afinal, todos sabem que a importância da presença paterna é fundamental no desenvolvimento dos filhos. Pais são responsáveis por ensinar traços autênticos de disciplina e responsabilidade, além de transmitir segurança e independência.
O primeiro encontro seguido daquele chorinho gostoso de ouvir. O abraço, os passinhos, o “papai” junto com as palavras até então sem sentido. Ser pai deixou de ser, há muito tempo, uma tarefa de apenas prover e sustentar a casa. Hoje, ser um exemplo para que os pequenos cresçam almejando ser o melhor que puderem tem uma importância inexplicável.
Pai é quem cria
José Moncris conhece bem essa sensação. Ele e a esposa, Sinara, escolheram adotar e relatam que essa foi a melhor escolha de suas vidas. “A gente fez todos os trâmites que a lei exige e, quando chegou nossa vez na fila do fórum… eu não sei se consigo descrever a emoção! Parece que a minha esposa estava ganhando bebê naquela hora… e eram gêmeos! Foi muito emocionante, a gente ficou bobo, não tenho palavras… a gente chorava, a gente ria…”, desabafa o pai.
A maior emoção veio depois, quando os papais, enfim, conheceram pessoalmente os dois meninos que, agora, iriam chamar de filhos. O casal passou por todo o processo burocrático de adoção para conseguir a guarda das crianças. Até então, tinham visto os irmãos apenas por foto e ouvido sua história. Moncris nunca teve um filho biológico, mas ele sente que a sensação seja tão boa quanto, afinal: pai é quem cria.
“É algo que eu não consigo descrever. Mas deve ser como um pai e uma mãe depois de um parto”, conta. “Teu filho falar pra ti antes de dormir que, quando ele vai orar pra Deus, ele pede para que Deus nunca deixe o pai e a mãe morrer, que ele quer te ter para toda a vida… isso não tem preço! Não precisa nem dizer obrigado, aliás, nunca foi por favor, foi por amor!”.
“Teu filho falar pra ti antes de dormir que, quando ele vai orar pra Deus, ele pede para que Deus nunca deixe o pai e a mãe morrer, que ele quer te ter para toda a vida… isso não tem preço! Não precisa nem dizer obrigado, aliás, nunca foi por favor, foi por amor!”.
Ao adotar é importante que a família reconheça que está fazendo isso pela criança. Segundo Moncris, o filho adotado não vai entrar para a família para preencher um vazio. “Por exemplo, uma família que não pode ter filhos e vai adotar uma criança para poder tapar esse buraco, não é assim! Por que se for só pra ter uma companhia dentro de casa, se parece que está faltando alguma coisa, então pega um pet!”, ressalta.
Para a Justiça, há o filho biológico e o filho adotivo. Mas, com o tempo, quem adota sabe que não existe essa diferença. As mesmas emoções que um pai biológico tem pelo seu filho, se tem com um filho adotado. Os pais passam a enxergar seus filhos não mais como adotivos. “No meu caso, eu não vejo os meninos como adotivos, eu vejo como filhos! E, de fato, é assim”, frisa.
Paternidade solo: Aquele que é pai e mãe
Pai de três filhos, Romeu Helcio Duarte já passou por muita coisa, mas nada o fez desistir de nenhum deles. Seu primeiro filho sofreu um acidente com três meses de vida, em que rompeu a quarta vértebra e ficou paraplégico. O menino estava no carro com o tio, e o veículo colidiu com um trem no bairro Rio Maina, em Criciúma.
Quando a criança tinha quatro anos, a esposa de Romeu morreu de leucemia. “A maior dificuldade para mim foi entender que meu filho ia ficar preso em uma cadeira de rodas pra sempre. E escutar ele perguntar ‘pai quando eu andar, me dá uma bicicleta?’… Isso me entristecia muito”, lamenta o pai. Aos 30 anos, seu filho também faleceu.
“A maior dificuldade para mim foi entender que meu filho ia ficar preso em uma cadeira de rodas pra sempre. E escutar ele perguntar ‘pai quando eu andar, me dá uma bicicleta?’… Isso me entristecia muito”, lamenta Romeu.
Mas Romeu se casou novamente e teve mais duas filhas que criou com muito amor e carinho. Mesmo depois de perder duas das pessoas mais importantes da sua vida, a então atual esposa dele o deixou com as duas pequenas. Aos seis e 15 anos, ele cuidou delas e fez tudo o que estava ao seu alcance para assegurar que tivessem tudo, mesmo sem uma mãe presente. Fez muito mais que sua função de pai, cumpriu o papel de mãe também.
“Criei as duas, sempre trabalhei, dei de tudo pra elas, saúde, educação… Hoje elas estão moças, a mais velha casada e a outra fazendo faculdade”, diz o pai orgulhoso. “A mais velha, na verdade, foi uma guerreira. Cuidou da irmã como se fosse mãe, e cuida até hoje. Eu ficava triste de elas não terem uma mãe presente, mas, graças a Deus, sempre dei do bom e do melhor para elas”, concluiu.