O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) executa nas obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC, em Timbé do Sul, uma série de medidas que visam proteger o solo e recuperar ambientalmente as áreas afetadas durante o processo de construção da rodovia.
A retirada da cobertura vegetal expõe o solo e contribui para formação de processos erosivos, o que pode levar a impactos como perda de nutrientes, redução da biodiversidade, deslizamentos e assoreamento de cursos hídricos. A prevenção ocorre por meio de medidas que visam o correto escoamento das águas da chuva e a contenção dos sedimentos que ocasionalmente são transportados. Há, no entanto, outros locais diretamente atingidos pelas obras que demandam ações corretivas para a sua plena regeneração, como os bota-foras e passivos ambientais. Por isso, o licenciamento ambiental do empreendimento prevê a execução do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Passivos Ambientais.
Passam por este processo as áreas que recebem o material excedente das escavações na rodovia. Após alcançarem os volumes permitidos, os bota-foras são reconformados de modo que fiquem estáveis e harmonizados com o relevo do entorno, recebendo na sequência o tratamento superficial. Segundo dados da Gestora Ambiental, responsável por supervisionar as atividades, das 13 áreas monitoradas, 8 já foram entregues aos proprietários, uma está concluída e apta a ser entregue e as demais encontram-se em uso ou em processo de recuperação. As ações contemplam também os passivos ambientais, que consistem em áreas eventualmente impactadas pelas detonações de rochas ou por deslizamentos de terra. A equipe acompanha a execução das medidas em 27 locais com essas características (todos na Serra da Rocinha), sendo que 10 estão recuperados, 13 em monitoramento e 4 ainda devem ter as ações iniciadas.
A recomposição da cobertura vegetal pode incluir diferentes técnicas, avaliadas caso a caso, incluindo a deposição de solos com alto teor orgânico para restaurar a camada superficial e o plantio de mudas e sementes nativas cultivadas nos viveiros do Consórcio Construtor, a exemplo do urtigão-da-serra, do xaxim, da araucária e da bracatinga, entre outras espécies escolhidas de acordo com critérios legais, climáticos, paisagísticos e ecológicos.
O Programa trata ainda da estabilização dos taludes (encostas) ao longo da rodovia, no qual estão previstas ações de revegetação. Uma das técnicas mais comuns é a hidrossemeadura, que se vale da aplicação de uma solução com sementes, insumos e outros aditivos lançada por um jato de alta pressão. Levantamentos da equipe apontam que cerca de 65% dos taludes se encontram com a cobertura vegetal consolidada no segmento catarinense do empreendimento.