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Em Imbituba, réus que torturaram e mataram mulher são condenados por feminicídio

Penas ultrapassam 25 anos de reclusão em regime inicial fechado

Por Redação Imbituba, SC, 04/08/2022 - 13:43 Atualizado em 04/08/2022 - 14:04
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Um crime que chocou o litoral do Sul do Estado levou à condenação de sete pessoas denunciadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Os acusados da morte de Cristini de Jesus dos Passos, em Imbituba, foram condenados após 22 horas de sessão do Tribunal do Júri. Cristini foi executada a mando do companheiro, que ordenou o crime de dentro da penitenciária, onde já cumpria pena de reclusão.   

Os réus foram considerados culpados pelos crimes de homicídio com quatro qualificadoras, ocultação de cadáver, fraude processual e omissão de socorro. 

As penas pelo crime de homicídio vão desde 16 anos e quatro meses até mais de 25 anos de reclusão em regime inicial fechado.  

O MPSC sustentou que o crime foi cometido por motivo fútil, com dissimulação, premeditação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de ter sido praticado em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, ou seja, um feminicídio.  

Participaram da sessão de julgamento no dia 22/07, representando o Ministério Público, a Promotora de Justiça Fernanda de Ávila Moukarzel e o Promotor de Justiça Alexandre Carrinho Muniz. 

Entenda o caso  

Conforme a denúncia oferecida pelo MPSC, a vítima Cristini e o réu conviveram em união estável, tinham dois filhos do relacionamento e, aproximadamente dois meses antes do crime, a vítima decidiu não mais visitar seu companheiro na Penitenciária Sul de Criciúma, onde o denunciado já cumpria sentença definitiva por tráfico de drogas.  

Inconformado com o rompimento do relacionamento, o homem, durante uma das visitas que recebeu de seu irmão, outro réu, atribuiu a ele a tarefa de providenciar o assassinato de Cristini.  

Por sua vez, o homem, ordenou aos seus comparsas no tráfico de drogas que executassem a vítima de maneira cruel e mediante tortura.    

De acordo com a ação penal, Cristiane foi até uma residência e convenceu a vítima a acompanhá-la até o local em que seus comparsas já aguardavam para dar início ao plano criminoso. 

Quando chegaram ao local, deram início às agressões ao utilizarem um capacete para desferir o golpe inicial na vítima. Na sequência, já no interior da residência, a vítima passou a ser torturada pelos acusados, que passaram a lesionar, especialmente na região da cabeça, com um martelo, pedaços de madeira e uma "bengala" de motocicleta. 

Em determinado momento a vítima sofreu um golpe tão forte na face que teve parte da pele do rosto e alguns dentes arrancados.   

Ainda segundo a denúncia do MPSC, se não bastasse tamanha crueldade, Ana Carla desferiu várias facadas contra Cristini, colocou um travesseiro em cima do corpo já desfalecido da vítima e fez uso de crack enquanto verbalizava: "Eu vou fumar tua alma no meu cachimbo".  

Durante as agressões, o denunciado Adriano permaneceu na parte externa da residência e, mesmo ouvindo os gritos e clamores de Cristini, deixou de pedir socorro à vítima.  

Depois disso, três réus levaram o corpo da vítima até um matagal situado nas proximidades do chamado "Lixão da Divinéia" e atearam fogo no cadáver. 

Jonatan e Adriano permaneceram na residência, ao passo que Jonatan efetuou a limpeza do sangue do local e Adriano continuou omisso na parte externa da casa.   

Em outra data, depois do homicídio, os dois homens simularam uma reforma na residência, inclusive retirando pisos e paredes, tudo com o objetivo de dificultar o trabalho investigativo.  

 

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