O implante hormonal, um método que ficou conhecido como ‘chip da beleza’, ganhou popularidade por meio de promessas como perda de gordura e aumento da massa magra. E, assim, chamou a atenção de mulheres que buscam se aproximar dos padrões de beleza. O dispositivo, no entanto, não deve ser utilizado para fins estéticos.
Para desvendar o que tem por trás do implante, o Portal 4oito conversou com a ginecologista Luciana Nunes, que responde às principais dúvidas sobre o método.
O que é o implante hormonal/chip da beleza?
Existem duas formas de utilização: absorvível é como um comprimido colocado na região glútea; enquanto o não absorvível é um tubo de silástico O seu principal objetivo é beneficiar mulheres que precisam de reposição hormonal. Porém, o método ganhou o nome de chip da beleza por conta de alguns dos seus efeitos colaterais, como a diminuição de gordura e redução de celulite.
“Se a gente for falar sobre saúde feminina, não costumamos usar o termo ‘chip da beleza’. É um termo incorreto e que tem uma aceitação, perante aos colegas e às próprias pacientes, de forma errada. Quando falamos em implantes hormonais, falamos de um método transdérmico de reposição hormonal”, salienta a médica.
Apesar de ter efeitos considerados ‘positivos’ à primeira vista, a profissional alerta para o uso correto do método. “Ele não deve ser utilizado para esse fim e sim para a reposição hormonal, melhora de algumas doenças, sinais e sintomas que a mulher pode ter e necessitar”, enfatiza Luciana.
Quanto tempo dura?
A ação do implante hormonal varia de seis meses a um ano. O tratamento pode ser prolongado dependendo da necessidade da paciente. De acordo com a especialista, o método tem, basicamente, duas formas de utilização.
“O absorvível tem a duração de seis meses. Depois, conforme a necessidade, pode ser reposto e não precisa ser retirado. E tem os implantes hormonais inabsorvíveis, que são colocados e depois de um ano, devem ser retirados. Conforme a intenção do médico e do paciente, são colocados novos implantes”, explica.
Para quem é indicado? Existe contraindicação?
“Pode ser utilizado no tratamento da TPM, de endometriose, de sangramento disfuncional ou irregular, de enxaqueca e até diminuição de libido. Nós temos vários aspectos dentro da saúde feminina que podemos utilizar. Eles não são utilizados de forma correta com o intuito estético ou de beleza”, alerta Luciana.
Conforme a ginecologista, existem poucas contraindicações, como em certos casos de mulheres com câncer de mama. “Basicamente, as pacientes que não podem utilizar hormônio por algum motivo, também não podem fazer tratamento de hormônio através dos implantes hormonais”, esclarece.
Quais os benefícios?
O dispositivo é indicado pensando na melhora da qualidade de vida das mulheres que precisam de reposição hormonal. Por isso o implante pode ser benéfico com relação a sintomas de enxaqueca, endometriose, fluxos intensos decorrentes de miomas, por exemplo.
Apresenta algum risco à saúde ou efeitos colaterais?
Para a ginecologista, toda a paciente deve ser avaliada como um todo, quanto à sua saúde e à necessidade de implantes. Em relação aos efeitos colaterais, pode haver o aumento de massa magra, diminuição de massa gorda e redução da celulite. “Mas eles não podem ser utilizados com esse intuito, pois são efeitos secundários”, afirma.
“Pode ter um pouco inchaço nos primeiros dias, aumento da oleosidade da pele e do cabelo e aumento de acne. Mas isso tudo, sendo avaliado pelo seu ginecologista pensando em saúde feminina, usando doses corretas e mínimas necessárias, esses efeitos contraditórios e ruins são sempre minimizados”, conclui.