Um estudo preliminar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indica que a vacina da tríplice viral pode diminuir o risco de internações por Covid-19. A proposta é de que a vacina seja aplicada nos catarinenses que não fazem parte do grupo prioritário, enquanto aguardam a sua hora de serem vacinados especificamente contra o novo coronavírus.
De acordo com o professor chefe do Centro de Pesquisa do Hospital Universitário da UFSC, Edson Natal, não há intenção de substituir as vacinas específicas contra a Covid-19 com a tríplice viral. Isso porque são vacinas com mecanismos diferentes, com respostas e finalidades diferentes.
“A intenção de utilizarmos a tríplice viral é fazer um estímulo da nossa imunidade, fazer uma resposta do nosso sistema de defesa que age de forma emergencial a qualquer tipo de microorganismo que entra em contato conosco no dia-a-dia, mas de forma reforçada. Com isso fazem com que essa primeira etapa do nosso sistema imune tenha resposta bem exacerbada a ponto de conseguir diminuir outras infecções”, destacou o professor.
Edson ressalta que a tríplice não consegue prevenir a infecção da Covid-19 em si, mas resulta na diminuição de sintomas e hospitalização e causa uma melhora na evolução dos casos de contaminados. A redução da hospitalização por coronavírus é outro ponto que foi percebido nos estudos.
“Comparando com o grupo placebo que não tem nenhuma medicação, conseguimos reduzir a hospitalização por Covid-19 em 76%. Esse é um dado extremamente importante, seria importante principalmente nesse momento que estamos aí com hospitais lotados utilizando vacina que já conhecemos, do nosso dia-a-dia, bem segura, com mais de 40 anos no mercado”, pontuou Edson.
Há ainda uma possibilidade da tríplice viral ser utilizada em uma vacinação em massa na população catarinense. O assunto ainda está sendo apreciado pelos governos municipais, estaduais e federais a fim de encontrar melhores maneiras para isso.