A segunda edição do Nomes e Marcas foi exibida neste sábado (2) pela Rádio Som Maior e teve como entrevistado o empresário José Locks. Em uma conversa com Adelor Lessa, ele relembrou dos tempos como topógrafo, o início de suas empresas e revelou que continua trabalhando todos os dias, mesmo com quase 82 anos.
“Eu fiz de tudo na minha vida quando era criança, pré-adolescente. Eu com 15 anos fui para o Rio Grande do Sul trabalhar de servente de pedreiro, lá trabalhei um ano. Depois voltei para Criciúma, fui pintor de parede, fiz de tudo um pouco na minha vida, fui auxiliar de torrador de café. Depois com 17 fui para Passo Fundo (RS) trabalhar em uma construtora de ferrovias”, contou Locks.
Antes de ser empresário ele foi servidor público, até retornar para Santa Catarina como topógrafo. No começo da década de 1970 fundou a Setep, que durante oito anos atuou apenas com topografia. Em 1978 comprou uma empresa de seu irmão e passou a trabalhar também com terraplanagem e na sequência com construção rodoviária.
“Eu sempre achei, e continuo achando, que o empresário tem que diversificar, ele não pode ficar num ramo só. Se pegar um ramo e seguir só aquele, e o ramo entrar em crise, o grupo dele tá em crise. Então procurei diversificar na primeira oportunidade que tive. Se eu tivesse ficado só na topografia a Setep não existiria”, afirmou.
A empresa começou por meio de economias que Locks tinha guardado. Segundo ele, mesmo que a companhia não tenha sócios, o dinheiro particular não deve ser misturado com o da firma. Disse também que durante 25 anos nunca retirou dinheiro da empresa, vivendo apenas do salário. Recomenda também não gastar mais do que se ganha.
“Eu não tinha mania de grandeza, minhas pretensões eram bem pequenas. Eu sempre disse que não era mais inteligente do que ninguém, mas que era mais trabalhador do que a maioria. Eu chego junto com os funcionários e saio depois, se não tô no escritório tô fazendo outra coisa. Eu ainda vou nas obras”, garantiu.
Locks atribui ao trabalho o crescimento de suas empresas. Revelou que as atividades começavam antes de amanhecer e que sua equipe almoçava no local, diferente dos concorrentes. “Eu nunca tive decisões complicadas, porque nunca dei um passo maior do que a perna. Eu sempre dei o passo de acordo com minhas pernas. Então a empresa cresceu automaticamente com o trabalho, isso aí sim”, destacou o empresário.
Já no fim da entrevista, José Locks falou sobre o que pensa do país para os próximos anos: “Eu me preocupo com o futuro do Brasil, essa é a minha grande preocupação. Uma vez dando entrevista eu disse que tinha saudade do Governo Militar, e fui puxado a orelha por alguns políticos amigos, então se não tiver o direito de dizer o que penso, então não adianta viver. Eu vivi antes, durante e depois, e naquela época o Brasil era mais sério”, finalizou Locks.