O ex-diretor Cultural da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Carlinhos Ferreira, que trabalhou dez ano no Centro Cultural Jorge Zanatta, falou sobre o prejuízo histórico deixado pelo incêndio que aconteceu na manhã deste domingo (10). Ele explicou que, enquanto esteve atuando no prédio, a FCC sempre buscou preservá-lo por seu valor histórico.
“É muito triste ver esse prédio da forma que ele está atualmente. O fogo destruiu o galpão, destruiu parte de todos os pôsteres e cartazes que a Fundação tinha, porque ficavam guardados aqui. Havia um acervo bem grande de tudo que a Fundação fez e toda a sua história, que para Criciúma é muito importante. É uma pena chegar ao estado que chegamos de ter um prédio da década de 40 quase que destruído pelo fogo”, lamentou.
Carlinhos explica que na parte que pegou fogo funcionavam o galpão das artes, que é um anfiteatro e um teatro onde acontecia o Café Concerto, três salas de oficina e a sala de música.
“Esse prédio foi conquistado passo a passo desde que a Fundação foi criada e o primeiro presidente, Dr. Henrique Packter, lutou para que isso acontecesse. E todos os prefeitos que passaram por aqui tentaram manter esse prédio e conquistá-lo para o município de Criciúma. Agora há esperança do Ministério de Minas e Energia passar esse prédio para a prefeitura e a prefeitura passar a cuidar dele como ele merece”, explica.
Para Carlinhos, o fato de a prefeitura ficar muito tempo impedida de reformar o prédio contribuiu para a situação de abandono.
“Havia a posse, não havia a possibilidade da prefeitura fazer alguma coisa aqui. Todos os prefeitos, todos, sem exceção, tentaram e não conseguiram. Por isso ele chegou a esse estado. Eu culpo o Ministério de Minas e Energia e o Departamento de não terem tido sensibilidade de ter passado esse prédio quando ele foi tombado, no governo do Antonelli, para a Prefeitura Municipal”, declarou.