O começo de Márcio Búrigo tinha caminhos diferentes a serem trilhados. Dentro de uma grande metalúrgica que era de sua família, a Mecril, Márcio tinha tudo para tocar a empresa e ser um dirigente, mas ele sequer trabalhou lá dentro e pegou outro caminho. Foi para a área de laboratório e ciências biológicas. “Isso remete a minha infância. Eu sempre tive curiosidade muito grande pelas coisas, com tudo que era ligado ao meio ambiente, à biologia, reprodução dos animais, às células, tudo aquilo que a gente estudava nos tempos de escola. Sempre a ciência era o que me atraía. Eu não tinha uma vocação para ciências exatas, então este processo me aproximou de sempre gostar muito das coisas e descobertas dos porquês. Sempre fui atrás dos porquês”, conta Búrigo.
Formou-se em Florianópolis, voltou e foi para Porto Alegre, onde ficou um ano fazendo especialização no Hospital das Clínicas, em Porto Alegre, na área da hematologia. Como antigamente não tinha a tecnologia para investigação de certas doenças, Márcio foi aprender o que tinha de mais moderno, sempre com a vontade trazer esse algo novo e tecnológico para a área de diagnóstico laboratorial da região. Na capital gaúcha conheceu o doutor José Carlos Mamprin, do Laboratório Santa Catarina, de Tubarão, onde fez estágio durante toda a faculdade e diz dever muito ao doutor Mamprin. Hoje os dois são amigos e sócios em um laboratório que presta serviço para mais de 200 laboratórios espalhados por Santa Catarina, Paraná e Porto Alegre.
Márcio relata que seu pai sempre foi muito fechado em relação à tudo e conta uma história de quando abriu seu primeiro laboratório:
"Mamprin me convidou para ir a Tubarão e ser sócio dele, na época eu vim falar pro meu pai sobre isso. De forma prudente ele não falou nada, ficou dois sem dias sem abrir a boca e do nada ele veio e falou para eu fazer um orçamento para construir meu laboratório. Ele bancou a minha arrancada, comprou meus equipamentos, e eu parti para minha caminhada", conta Búrigo.
Sempre foi muito questionado por não seguir o caminho da minha família. Seu irmão foi para a medicina, a família tinha a Mecril, e chamavam Márcio de cheira "aquilo". Ele conta nunca ter se abalado com isso, sempre focando no seu sonho.
Renan, o filho de Márcio, cursou Administração de Empresas, Farmácia e Bioquímica, está concluindo um doutorando em Administração e, segundo o pai, é quem toca hoje a empresa. "Cachorro que tem dois donos morre de fome, então o laboratório não pode ter dois donos. Portanto o dono do laboratório hoje é o Renan, sou um conselheiro dele e estarei sempre presente para tudo que ele precisar".
Confira a entrevista completa no Nomes & Marcas deste fim de semana com Adelor Lessa: