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“Falar em rombo de R$ 17 milhões no ano em que sai é piada”, diz ex-diretor do Cisamesc

Advogado afirma que dívida do Consórcio foi construída após o fim de sua gestão

Por Paulo Monteiro Araranguá - SC, 19/03/2021 - 13:29 Atualizado em 19/03/2021 - 13:38
Foto: Arquivo / 4oito
Foto: Arquivo / 4oito

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O drama em torno da dívida de aproximadamente R$ 17 milhões por parte do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Cisamesc) segue gerando discussões. Muito se fala em uma construção do déficit ao longo dos anos, mas, de acordo com o ex-diretor do consórcio, Ricardo Ghelere, essa dívida não existia até o fim de 2017, mês em que ele deixou o Cisamesc.

“Quando deixei a administração em 2017, não existia dívida de R$ 17 milhões ou falta de pagamento de servidores. Entreguei todas as certidões negativas na última reunião que fiz com os prefeitos, apresentei R$ 500 mil em estoque de medicamentos. De três anos para cá os problemas começaram a aparecer, mas ninguém veio a público dizer porque chegou nesse ponto, e isso precisa ser esclarecido”, disse.

Ainda em 2018, um ano após a saída de Ricardo, foi realizada uma auditoria por parte do Tribunal de Contas para analisar as contas e atuações do Cisamesc no ano de 2017, exclusivamente. O relatório do TCE apontou para cerca de R$ 5,5 milhões de recursos gastos que não tinham comprovação de despesas, somente notas fiscais.

Segundo Ghelere, já foi encaminhado ao tribunal documento que os serviços foram prestados, e que isso não se tratava de uma dívida.“Que os prefeitos digam do que se trata essa dívida de R$ 17 milhões e a partir de quando ela foi gerada, porque na época em que entreguei a gestão não existia nem 10% disso”, defendeu.

A relação de Ricardo com o Cisamesc, apesar de não ser mais direta, ainda corre pela Justiça na questão de empréstimos - tanto de um lado, quanto de outro. Entre 2000 e 2001, o então diretor concedeu um empréstimo ao consórcio de R$ 105 mil, valores que atualmente ultrapassam os R$ 1,3 mil.

Já em 2017, o advogado recebeu uma quantia de cerca de R$ 840 mil por parte do consórcio. “Eu não tinha intenção de cobrar, só o fiz porque fui cobrado também, não tinha a intenção de acionar a empresa que trabalhei por mais de 20 anos. Era um empréstimo que eu não tinha intenção de ter de volta porque era muito importante pra mim que o Cisamesc crescesse. Eu tinha uma empresa paralela que só funcionaria se o Cisamesc funcionasse”, disse Ricardo, referindo-se ao empréstimo cedido ao Consórcio no início da década passada.

Mais recentemente, Ghelere protocolou um pedido de auditoria independente dos últimos 10 anos das contas do Cisamesc. O documento foi entregue ao presidente do consórcio, Almides Silva da Rosa, com o intuito de esclarecer sobre o déficit de R$ 17 milhões - esclarecer se surgiu, ou não, durante o seu mandato ou nos anos posteriores.

Quando questionado se a dívida de R$ 17 milhões foi construída depois de seu mandato, Ricardo respondeu: “Não tenho a menor dúvida. Quando entreguei a gestão, entreguei com todas as certidões negativas, em dia, não devia nada para o FISCO, trabalhistas tinham parcelas sendo pagas todos os meses. Falar em rombo de R$ 17 milhões no ano que sai é piada”, defendeu.

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