O Grupo de Apoio e prevenção a Aids de Criciúma (Gapac) chega nesta sexta-feira, 12, aos 30 anos. Voluntários se reuniram em abril de 1994 em prol da Aids e hoje é atuante em diferentes ramos dos direitos humanos. A data celebra o trabalho desenvolvido com milhares de pessoas no município.
Em 1994, a AIDS assolava o mundo e era uma sentença de morte. Foi nesse contexto, que um grupo de pessoas corajosas, movidas pelo amor e pela valorização da vida, decidiu fazer a diferença. "O Gapac nasceu como um raio de esperança em meio à escuridão. Naquela época, a AIDS era uma doença recém-descoberta, cercada de medo e desinformação. As pessoas com HIV eram marginalizadas e sofriam com a falta de tratamento e apoio. Não havia medicamentos, nem políticas públicas, apenas o estigma e a discriminação", explicou a presidente do Gapac, Alba de Souza Schmitz.
Nos primeiros anos, o apoio dos voluntários foi fundamental na luta contra o preconceito e a falta de verbas para os trabalhos. "Foram muitas lutas e dificuldades enfrentadas. Vimos amigos e companheiros partirem lutamos contra o estigma e a discriminação e batalhamos por políticas públicas que garantissem os direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS", relembra Alba.
Fortalecimento
Ao longo dos anos, o Gapac se expandiu, abraçando cada vez mais pessoas. De um foco inicial em pessoas vivendo com HIV/AIDS, a organização passou a acolher também as populações-chave: profissionais do sexo, LGBTQIAPN+, pessoas em situação de rua e outras vítimas de preconceito e exclusão. "A luta contra o HIV continuou, mas ampliou seu foco para atender às populações mais vulneráveis, promovendo a autonomia, o empoderamento e a construção de vínculos de afeto, confiança, assistência e dignidade menstrual", destacou a assistente social que atua no Gapac, Anne Schmitz.
O Gapac foi abrindo caminho, lutando para que as pessoas tivessem acesso a direitos constitucionais. Ainda hoje é necessário o enfrentamento ao preconceito. "O Gapac é um coletivo, uma comunidade vibrante de pessoas que acreditam em um futuro melhor. Somos a prova de que, juntos, podemos construir um mundo mais diverso, inclusivo e justo, onde todas as pessoas sejam livres para viver e amar sem medo", completou Anne.
Três décadas de histórias
No aniversário de 30 anos, o Gapac celebra as incontáveis vitórias conquistadas por cada pessoa que foi impactada pelo trabalho do grupo com a força da união, da empatia, da resiliência e da luta por um mundo mais justo. "O Gapac se tornou uma voz poderosa na luta contra a homofobia, transfobia, racismo, misoginia e todas as formas de discriminação", reforça a presidente do grupo.
A missão do grupo continua em promover e defender os direitos humanos, trabalhar para o apoio e empoderamento de todos, e contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva. Através de ações educativas, mobilização social, e defesa de políticas públicas.
O Gapac está localizado na rua Anita Garibaldi, 386, no centro de Criciúma e outras informações sobre o grupo e como se tornar voluntário podem ser obtidas nas redes sociais, pelo instagram no @gapaccriciuma.