Santa Catarina está no centro de uma polêmica nacional envolvendo a Igreja Católica lançada pelo Brasil Sem Medo, jornal online lançado no último dia 19 pelo jornalista, ideólogo e ensaísta Olavo de Carvalho. Considerado o "guru do presidente Jair Bolsonaro", rótulo que rejeita, Olavo fez publicar em seu jornal, nesta quarta-feira, 22, um artigo sob o título "Governo de Santa Catarina desrespeita a Eucaristia".
"Em ato ofensivo aos católicos, portaria do governo de Santa Catarina que regulamenta a volta das atividades religiosas exige que a Eucaristia seja embalada previamente para consumo", refere a reportagem do Brasil Sem Medo. O texto menciona o decreto do governador Carlos Moisés que norteia a retomada de missas e celebrações em igrejas e templos catarinenses. "O governador Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina, acabou indo longe demais nas medidas de prevenção ao coronavírus", cita o texto. A publicação menciona trecho do decreto que determina que "nos cultos em que houver a celebração de ceia, com partilha de pão e vinho, ou celebração de comunhão, os elementos somente poderão ser partilhados se estiverem pré-embalados para uso pessoal".
O texto, com grande teor crítico às medidas do governo Carlos Moisés, critica o uso do termo "elementos" para designar a Eucaristia católica. "A Eucaristia, para os católicos, acaba aqui reduzida a um shampoo de hotel ou a um absorvente. Tudo isso pela simples sensação de onipotência do governo e de seus secretários", refere a publicação. A publicação critica, ainda, o que chama de "falta de diálogo e sensatez do governo de Santa Catarina que não foi capaz de consultar um coroinha ou um catequista".
Abaixo, a reprodução do trecho do Diário Oficial do Estado que refere o tópico sobre a Eucaristia:
A Igreja Católica não lançou qualquer manifestação de desagravo à determinação do Governo de Santa Catarina. Limitou-se, ao longo desta quarta-feira, 22, a publicar normas sobre a volta do funcionamento das igrejas diante das condições colocadas. A Diocese de Criciúma determinou, a exemplo do que fizeram as demais no estado, pela manutenção das missas sem público, com transmissão online.
Ouça, no podcast, o trecho da manifestação do Governo do Estado sobre os procedimentos nas igrejas. A fala é do secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino: