A cultura açoriana do Balneário Rincão está cada vez mais presente no cotidiano dos moradores da cidade. Mas além da região, as histórias, artesanatos e a gastronomia já têm alcançado outros patamares. Isso porque um grupo Arte Rincão busca mostrar a cultura do municípios. O grupo estava meio esquecido, mas de uns tempos para cá, os participantes têm realizado um movimento para reavivá-lo.
Criado em 2006, o grupo busca reavivar a cultura do município. Atualmente conta com 14 artesãos. "A entidade tem o objetivo de resgatar a cultura, fazendo artesanato, trabalhando na dança, música e culinária", explica artesã, Alzira de Assis Pereira. "Ele resgata a cultura e gera renda para a região", acrescenta.
Um dos pontos fortes do grupo são as biojóias. A empresa que fabrica o artesanato é familiar, criada em 2004. Os itens são produtos feitos a partir de escamas de peixe. São lustres, luminárias, brincos, flores, buquês que já percorreram diversas regiões do país. A produção é autosustentável, pois busca realizar quase todos os procedimentos de maneira natural.
"Realizamos um processo de higieninação e coleta. Temos parceria com frigoríferos que manda para a gente e vem em grande quantidade. Depois de dois meses lavando, cuidando e selecionando, passamos por um processo de secagem e depois realizamos o tingimento", explica pedagoga, artesã e estudante de Turismo, Cristiane de Assis Pereira.
A tintura também é realizada de maneira natural. "Fazemos isso para não descaracterizar o produto, então a gente tira a tinta de cascas, sementes, raízes, folhas, da terra entre outros. O que a gente não consegue, a gente faz com corante alimentício, para não ser tóxico", completa.
O grupo já cresceu e também está presente na escola. "Uma mãe me perguntou na escola e disse que estava passando por uma situação e se conseguisse alguns doces, balas e assim conseguisse criar um negócio. Então eu procurei a Alzira para juntar a mão de obra com as pessoas que queiram trabalhar e assim renascer o grupo Arte Rincão", explica gestora da escola José Réus e estudante de Gestão em turismo, Dolores da Luz.
Dentro da escola também nasceu o movimento de dança açoriana, realizado com 12 crianças. "As crianças aprendem sobre participação e responsabilidade. Eles adoram o que fazem, sempre ficam empolgados", comenta a madrinha do projeto de dança, Mana Casagrande. "Fui a fundo para pesquisar. Buscar essa cultura açoriana, trazer para a escola. mostrar como os açorianos chegaram na cidade e mostrar a socialização entre eles", completa professora de música e artes, coreógrafa, Tamara Silvério Pizzetti.