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Hospital de Criciúma utiliza cloroquina em casos graves de Covid-19

Sem grandes estudos ou resultados comprovados, medicamento é tratado como último recurso

Por Guilherme Nuernberg Criciúma - SC, 27/03/2020 - 13:28
Foto: Márcio Pinheiro/SESA
Foto: Márcio Pinheiro/SESA

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Por conta de toda a situação da pandemia de coronavírus, a cloroquina é o medicamento mais citado nos últimos dias. Mesmo sem grandes estudos comprovando a eficácia do remédio, ele tem sido a última cartada dos médicos para os pacientes com Covid-19 em estado grave. De acordo com o diretor técnico do Hospital São José, Raphael Elias Farias, a maneira que o estudo sobre a cloroquina foi conduzido foi ruim. "O primeiro estudo que saiu é muito fraco do ponto de vista científico, em termos de desenho dele, de quantitativo de pacientes. O resultado só mostrava que teve uma queda na quantidade de vírus, mas qual o impacto frente ao corpo humano? Isso foi suficiente para que a pessoa não tenha caso grave ou morra?", indagou o médico. 

Como ainda não há vacinas ou medicamentos comprovados para casos de coronavírus, começou a ser utilizado no Brasil como última alternativa em casos graves. Sem casos confirmados, o Hospital São José se adiantou e já enviou um termo de consentimento para a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa. "Nosso comitê de ética já aprovou esse termo para uso em casos graves onde os tratamentos estão esgotados", afirmou Farias. "Temos um termo onde a família tem que saber que é um medicamento novo, não está provado a sua eficácia, mas que seria a única alternativa para o momento", explicou. 

No Hospital Unimed de Criciúma, o medicamento já está sendo utilizado. "Estamos usando a cloroquina, mas os estudos ainda são observacionais. Se o paciente melhorar, e um deles está melhorando, a gente não sabe se foi pela cloroquina, pelo antibiótico ou pelo aparelho respiratório. Não tem tempo para um estudo ainda. Na dúvida a gente está usando, correndo o risco dos efeitos colaterais que não são poucos", afirmou o presidente da Unimed Criciúma, Leandro Avany Nunes.

Em entrevista exclusiva ao Programa Adelor Lessa nesta sexta-feira, 27, a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcomo, rechaçou o uso da medicação. "A cloroquina não tem nenhuma comprovação. Há pequenos relatos de grupos publicados na literatura médica. O estudo que gerou manifestçaão infeliz de Trump foi um desserviço. A metodologia não tem robustez para demonstrar que é um tratamento. Há experiências feitas em quadros graves, aqueles em que não há outra alternativa. Apenas nessa circunstância. Qualquer compra de cloroquina em farmácia, é uma medida desumana e errada com aqueles pacientes que fazem uso contínuo para as doenças auto-imunes", afirmou.

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