O Governo de Santa Catarina anunciou um lockdown em todo o estado para este fim de semana, entre às 23h00 desta sexta-feira, 26, e 6h de segunda-feira, 1º de março. Apesar da medida restritiva ter sido observada como importante por autoridades da saúde, ainda se discute a efetividade de se realizar um bloqueio de apenas dois dias.
“Esse lockdown de sábado e domingo tem importância no sentido de chamar a atenção de que as coisas estão mudando, temos que nos conscientizar que a situação é grave. Do ponto de vista prático, acho que poderíamos fazer diferente. Um lockdown de dois dias não vai adiantar absolutamente nada”, afirmou o pneumologista Renato Matos.
O pneumologista destaca ainda que os países que fizeram um lockdown efetivo para diminuir a incidência da doença utilizaram um período de uma ou duas semanas, e não apenas de dois dias. O objetivo é justamente para que haja a redução da circulação viral e grandes aglomerações.
“A transmissão da doença se dá na grande maioria das vezes em locais onde há aglomeração de pessoas, e geralmente sem uso de máscara. Hoje o grande problema são as festas, e nos colocamos na pele de quem vive disso, restaurantes e bares, me coloco no lugar dessas pessoas. Mas é seguro eu ficar no bar sem máscara? não. Um evento social é seguro? não é. Ônibus superlotado é seguro? não”, declarou.
A visão da grande maioria das autoridades médicas é de que as ações restritivas, como o próprio lockdown, precisam ser tomadas em médio e longo prazo. Uma ação de dois dias, como a definida pelo Governo do Estado, segundo Renato, é mais importante para chamar a atenção da população do que impactar na redução da doença.
Medicamentos para tratamento precoce não tem eficiência
Muito ainda se discute sobre o uso de algumas medicações precocemente para o aumento da imunidade, como vitamina D e C, no intuito de se proteger contra a Covid-19. No entanto, segundo Renato, não há ainda um tratamento precoce que seja eficiente contra a doença.
“Já está provado que Cloroquina, Ivermectina, Vitamina C e D não funcionam. Não é tomar Ivermectina que vai fazer mal, o problema é que conhecemos diversas pessoas que tomam semanalmente achando que com isso poderão ir para festas e eventos, e que isso funcionará como se fosse uma vacina. Se houvesse alguma medicação efetiva, teriam morrido 500 mil americanos, que têm disponibilidade das melhores medicações e tecnologias?”, pontuou.