O agravamento da pandemia de Covid-19 em todo o Brasil, com centenas de pessoas na fila de espera por um leito de UTI somente em Santa Catarina, fez com que o debate de uma possível necessidade de “lockdown” voltasse à tona. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, o fechamento foi fundamental no início da pandemia, mas precisa ser repensado atualmente.
“Naquele momento o fechamento foi a decisão mais acertada, porque ninguém sabia o que apresentava esse vírus, havia um pânico generalizado sobre as dificuldades de entendimento do que era o coronavírus e onde ele se alastrava de forma mais contundente. Aquilo foi fundamental para que pudéssemos entender ou começar a entender essa pandemia e a estrutura de serviços de saúde”, pontuou.
O grande problema no enfrentamento à pandemia atualmente, de acordo com o secretário, é a falta de consciência das pessoas em relação à necessidade de seguir as regras determinadas pelo Estado. Medidas e decretos foram aplicados e, ainda sim, percebe-se um grande descumprimento.
“Se não há o entendimento da necessidade do cumprimento de regras, decretos por síntese neste momento tendem a ser ineficazes. Isso porque há um descumprimento, a gente não consegue fiscalizar na casa das pessoas e nos próprios ambientes, como naquelas festas clandestinas que é onde temos as supertransmissões”, afirmou.
Desde o ano passado, as decisões de restrições estão sendo compartilhadas com cada região do estado. A ação se deve por conta do entendimento de que a dissonância é desigual de uma região para outra, e que por isso medidas específicas precisam ser tomadas em determinados lugares.
Na tarde desta quarta-feira, o Centro de Operações Emergenciais em Saúde (COES), órgão consultivo do Governo de SC, se reunirá para o anúncio de novas medidas de combate à Covid-19 no estado. Há a possibilidade de serem anunciadas, inclusive, ações mais restritivas.
“Uma decisão precisa ser definida conforme está apresentado o cenário, e o cenário é ruim, Algumas cidades que já aderiram ao que o Estado propôs e também fizeram alguma coisa a mais já tem resultados interessantes. Cito novamente Chapecó, onde a velocidade de contaminação da doença caiu muito”, pontuou.