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Manas Bonetti: produzindo mosaicos do sul catarinense para todo o Brasil

Irmãs gêmeas buscaram formação na Itália e trabalham há anos como mestres mosaicistas

Por Paulo Monteiro Cocal do Sul - SC, 03/04/2021 - 13:50 Atualizado em 03/04/2021 - 13:56
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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O sul de Santa Catarina é terra de uma das únicas, e mais encantadoras, produção de mosaicos cerâmicos de todo o Brasil. Idealizado pelas mestres mosaicistas Michelle e Marielle Bonetti, o Manas Bonetti é referência na produção de mosaicos desde 2014, e vem ganhando cada vez mais destaque a nível nacional.

A história de como surgiu o empreendimento é um tanto quanto “cheia de curvas”, segundo Marielle. Ambas as irmãs gêmeas sempre foram fascinadas pelas artes, sobretudo as manuais, desde crianças, e trilharam uma carreira na indústria cerâmica até 2010 - quando decidiram se dedicar aos estudos para se tornarem mosaicistas.

“Conhecemos essa Scuola Mosaicisti del Friuli, na Itália, que completa 100 anos já em 2022. Fomos as últimas brasileiras a frequentar essa escola, até o momento somente seis se formaram nela. Em 2010 fomos selecionadas para um curso breve para descendentes de friulanos no mundo, intercalamos com as férias dos nossos trabalhos e passamos 15 dias nessa escola fazendo o curso. Para a gente foi um despertar, sentimos que era ali que gostaríamos de estar e decidimos encarar uma formação de três anos”, ressaltou Marielle.

Foi necessária toda uma virada de chave na vida, para reunir reservas financeiras e ir para Itália encarar três anos de curso, cerca de 3,6 mil horas ao todo com aulas diárias. O retorno ao Brasil, já por volta de 2014, foi acompanhado do título de mestres mosaicistas.

As Manas Bonetti retornaram ao Brasil não somente com a ideia de trabalhar com a produção de mosaicos, mas sim com outras atividades que envolvem essa profissão. Marielle e Michelli idealizaram cursos que atraíram pessoas para além do estado e do país, e realizaram também todo um movimento para o desenvolvimento de matérias primas na região que ainda não existiam no Brasil, as pastas vítreas coloridas, típicas de suas artes.

“Esses são materiais vítreos, adequados para o mosaico com espessuras e cores que necessitamos. Hoje temos pequenos produtores e indústrias que fabricam esse produto para a gente na região, mais de 300 cores. Materiais que até então só eram importados, chegavam no Brasil por um valor extremamente alto e colaboraram para tornar essa arte tão pouco acessível no país”, destacou Marielle.

Tempo de produção

O tempo de produção de uma obra em mosaico é diversificado. As Manas Bonetti trabalham com obras que vão desde o estilo mais clássico e romano até o mais contemporâneo, com aplicação de técnicas como a própria teoria das cores. 

“Temos uma linha bem diversificada e digamos que os valores das obras são bem variáveis, conforme o estilo. Tudo depende do tempo de execução, que seria a mão de obra, que é o que mais incide no trabalho do mosaicista hoje. Temos a questão das matérias primas que são de valor agregado, e correspondem a 30% das obras. O maior custo é o tempo de execução”, pontuou.

As mosaicistas trabalham principalmente por encomendas, feitas por pessoas da região e também de outros tantos lugares do país. Entre o intervalo de um trabalho e outro, aproveitam para trabalhar em projetos próprios, os quais também são divulgados em suas páginas nas redes sociais. O último trabalho em que estão trabalhando, e quem vem levando meses, se trata de um painel do Papa- feito com toda a delicadeza das mestres.

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