Assim como todo o contexto global, a figura masculina tem se transformado nos últimos anos. Se antes precisavam ser firmes, por muitas vezes rudes, hoje o lado paterno está mais sensível.
“Acredito que a figura clássica, de 60 anos atrás, naquele pós guerra, em que o homem simplesmente botava um terno e pagava as contas e a mulher cuidava dos filhos e da casa, essa cultura familiar está modificada”, diz o palestrante e autor do livro O Papai é Pop, Marcos Piangers.
Em alguns casos os homens tem medo dessa transformação, tornar-se pai deixa o mundo mais leve, principalmente para os que se envolvem na criação do filho, pensa o palestrante.
“O homem precisa se modificar, para deixar de ser um pagador de contas, e ser um agente transformador, um protagonista na família, alguém que realmente cuida dos filhos, educa os filhos e aprende com os filhos”, diz.
Piangers foi criado apenas por sua mãe, assim como outros seis milhões de crianças brasileiras. Isso contribuiu para a mudança em seu pensamento. Ele acredita que o mundo é duro com as mulheres, que ficam praticamente com a obrigação de criarem as crianças.
“Eu não tive pai, a minha mãe era uma mãe solteira, me criou sozinha sem a presença de um homem, ele abandou nós e não assumiu. Ele é um desses que decide não ser pai, e não participar dessa vida encantada e maravilhosa que é ter um filho”, concluiu.
O Papai é Pop
O livro O Papai é Pop foi lançado em 2015, vendendo mais de 150 mil cópias, sendo inclusive traduzido para inglês e espanhol. A obra conta histórias de Piangers com as filhas Anita e Aurora.
“O livro é uma composição de crônicas, que escrevi ao longo dos anos. Escrevo elas desde que minha filha Anita nasceu, em 2005, depois em 2012 veio a Aurora. Comecei a publicar em jornais mensalmente, depois semanalmente. Fui convidado para colocá-las em um livro, e não esperava que fosse um sucesso”, contou.
Pai de menina
Piangers acredita que que a figura masculina clássica é distante dos filhos, que não fala eu te amo, que não é sensível e não chora. Ele afirma que são apenas três situações que o homem não pode realizar o mesmo papel de uma mulher: parir, engravidar e amamente, de resto pode fazer tudo e ter experiência de vida.
“Ser pai de menina torna o homem um ser mais sensível, levando para um lado mais encantado. Eu e minha esposa falamos em adotar, para ter um menino. Eles são mais enérgicos, por vezes jogando bola dentro de casa”, disse.