Depois da derrota para a Chapecoense e o episódio do hino em alto volume no Heribero Hülse, que terminou com torcedores revoltados, o Criciúma agiu rápido e anunciou uma nova contratação. Ontem pela manhã o clube confirmou o nome de João Carlos Maringá como no diretor executivo de futebol. Ele vinha sido especulado no cargo desde a última sexta-feira. Foi apresentado nessa segunda-feira e agora terá um longo trabalho pela frente.
O primeiro desafio, lógico, será contratar um técnico. O próprio presidente Jaime Dal Farra, já havia estipulado que o nome do novo treinador só sairia depois da chegada do diretor. “O Jaime fez o correto de escolher o executivo para juntos definirem o nome do treinador. Ele trouxe um executivo vencedor e quer também um treinador com perfil ganhador”, afirmou Maringá.
Questionado sobre nomes, citou Gilmar Dal Pozzo e Gilson Kleina como bons técnicos. Trabalhou com os dois. Elogiou Waguinho Dias e disse não ter contato com Paulo Comelli, outros dois cogitados no Tigre. Disse não ter preferência por um ou outro. “Eu queria o Tite, mas ele está empregado”, brincou. “Acho melhor não falar sobre isso. Os nomes colocados são bons nomes. Tem outros no mercado. E esperamos junto ao presidente fazer uma ótima escolha”, desconversou.
A projeção é de que o novo comandante seja definido até o próximo fim de semana. Se possível, ainda no meio desta semana. “Nós temos um tempo, mas não muito. Além do Campeonato Catarinense, tem a Copa do Brasil. Principalmente pelo fator financeiro ela é muito importante, mexeria com o segundo semestre do Criciúma caso passe pela Chapecoense. E o Campeonato Brasileiro que tem 40 dias, sei lá quanto. Mas é muito rápido”, apontou.
Necessidade de investimentos
O roteiro determinado pela diretoria vem sendo seguido. Diretor chegou. Próximo passo é o técnico e depois novos reforços. Tudo isso envolve investimentos. Atualmente a folha salarial do Criciúma gira em aproximadamente R$ 600 mil mensais. Entre os planos do clube para o ano, está brigar pelo acesso a Série A do Campeonato Brasileiro. O que, na opinião do novo diretor executivo de futebol, para ser concretizado, necessita de um maior investimentos.
“Três ou quatro times vão estar com orçamento maior que esse (na Série B). Se a nossa ambição é subir, o ideal é que tivesse um pouco de dinheiro a mais”, projetou. A expectativa de Maringá, é trabalhar com algo em torno de R$ 800 mil e R$ 900 mil. Essa é a quantia que ele acredita ser ideal para montar a equipe.
A esperança para os investimentos acontecerem passam pela Copa do Brasil. Se passar pela Chapecoense na terceira fase, o Tigre embolsa mais R$ 1,9 milhão. O que ajudaria e muito, nas expectativas de Maringá. “Vamos dizer que tem R$ 700 mil para gastar de folha, daqui a pouco sobra quase mais R$ 100 mil desse prêmio dividindo para os meses do ano. Mas já tive a experiência de fazer mais com menos. E é nisso que confio”, pontou.
Pedido de autonomia
Desde quando virou o assessor de futebol do Criciúma, Ricardo Rocha tem dado as cartas no futebol. A maioria das contratações passaram pelo aval ou foram indicadas por ele. Com a chegada de Maringá, ele pode perder espaço nessas tomadas de decisões, já que o novo diretor executivo pediu autonomia para seguir suas convicções e parece ter sido atendido.
“A partir do momento que o presidente acertou comigo, a responsabilidade pelas contratações são do João Carlos Maringá. Não sei até que ponto o Ricardo Rocha vai nesta questão de assessoria com o presidente, mas eu sou o responsável pelo futebol. Eu sou um diretor que chamo a responsabilidade e eu tenho que ter a minha autonomia também”, deixou claro.
E as novas contratações obedecerão uma cautela. “Contratar com critério é um dos pontos e sem exceder as pressões no dia a dia. A partir do momento que você contratou jogador, seu ônus é grande. Quero antes definir a comissão técnica. Não adianta eu contratar e chega aqui o treinador não gosta do cara. Tem que ter paciência. Já temos jogadores mapeados. Esperamos errar menos nas contratações para, mesmo com uma folha limitada, montar um Criciúma forte”, estipulou.