Quase dois meses desde o lançamento da campanha "Você tem medo de quê?", lideranças e representantes de entidades da região voltam a debater segurança pública. A mesa redonda desta segunda-feira (27), na Rádio Som Maior, propôs analisar o que mudou e o que ainda precisa evoluir. Ouça na íntegra:
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Neste mês, a casa do vereador Zairo Casagrande em Balneário Rincão foi alvo de assalto e seu filho foi rendido durante a ação. "Passar por uma experiência dessa significa também verificar na prática as mazelas que a segurança pública vem enfrentando. Eu acho que é preciso chegar chegando, fazendo concurso para a Polícia Civil e Polícia Militar, fazendo assumir os policiais da Polícia Penal que agora, por decisão judicial, terão que assumir no lugar dos ACTs", comenta.
O presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Valcir Zanette, destaca o trabalho em conjunto que tem sido feito pelas entidades. "Nós temos trabalhado e tido conversas com a Polícia Civil e Militar. Ou seja, eles têm nos trazido informações, sugestões e demandas. É do conhecimento de todos que há problema no efetivo, principalmente", afirma. "Hoje, nós estaremos conversando com os promotores e, na sequência, vamos fazer a conversa com os juízes", complementa.
Já o presidente do Fórum de Entidades de Criciúma (Forcri), Jairton Manique Barreto, explicou que de 15 contratados, apenas um colaborador segue trabalhando na Central de Monitoramento no 9º Batalhão de Polícia Militar. "Continua lento a instalação de novas câmeras. Para se ter uma ideia, o sistema é composto por 145 câmeras, hoje, tem só 108 funcionando. Falta instalar 44. Não adianta avançar em um processo, sem que a base esteja funcionando", enfatiza.
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O coordenador do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), Fred Gomes, destaca que a Prefeitura contratou até duas mil novas câmeras para serem instaladas em diversos pontos da cidade. "O problema é complexo, mas a gente sabe que, de todos os itens que tem dentro desse problema, o que mais pesa é a questão do efetivo. Não só para a Polícia Civil ou Militar, mas para todas as forças de segurança: Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil e agentes prisionais", enfatiza.
Para o coronel Márcio Cabral, há uma dificuldade de criar um sistema interligado com as câmeras por conta da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). "Há que tomar um cuidado e tem a necessidade uma discussão que não será curta, precisa de tempo para discutir. Depois, já havia acesso de facções criminosas a essas câmeras, que conseguiram burlar os códigos e sistemas de barreira. Não é o caso das nossas, mas isso pode acontecer", conta.
De acordo com a presidente da União das Associações de Bairros de Criciúma (UABC), Andréia Zomer, a comunidade discute a retirada da Casa de Passagem do bairro Pinheirinho. "Os moradores entendem que muitos desses cidadãos vão ali para dormir e acabam passando o dia, onde está acontecendo os problemas mais pontuais", explica.