Trabalhadores e ex-trabalhadores da Carbonífera Criciúma, em processo de recuperação judicial e falência há seis anos, manifestaram-se na Praça Nereu Ramos na manhã deste sábado, 27, pedindo a falência da empresa e o pagamento dos créditos pendentes.
A manifestação envolveu dezenas de funcionários e ex-funcionários da carbonífera. A falência da empresa havia sido decretada pela justiça; porém, após apelação, o processo foi revisto e agora há o pedido de Recuperação Judicial.
Os funcionários, que estão há seis anos sem receber, muitos sem novos empregos e com dificuldades familiares ou de doença, querem a falência, com medo de não receberem os créditos devidos.
"A empresa abandonou e não deu a mínima para os funcionários. Estamos nessa luta, é uma injustiça, a gente não sabe para que lado está a justiça, para nós ou os patrões", disse Adelor Cabral, um dos manifestantes e que já teve baixa na carteira de trabalha com a Carbonífera Criciúma.
Não é o mesmo caso de Jairo do Canto Limas, ex-mineiro da Carbonífera Criciúma de 58 anos. Ele trabalha no setor há mais de 15 anos e está com problemas de saúde na família.
Sem receber da Carbonífera Criciúma, ele não consegue novo trabalho com carteira assinada e não consegue sacar a verba a que tem direito, entre Fundo de Garantia e salários.
"Quero ver como dar baixa na carteira, faz seis anos que não recebemos um real. Ele (alusão à empresa) está usufruindo do bom e do melhor e nós estamos passando fome. Quem está com idade mais avançada, como eu e muitos outros, vai se empregar onde?", lamenta Jairo.
Os trabalhadores organizam-se para as assembleias de credores que determinarão pelo aceite ou não do pedido de recuperação judicial da Carbonífera Criciúma, marcada para abril.