Mesmo com a liberação do governo do Estado, as igrejas de Criciúma não devem voltar a ter missas presenciais. Além do vírus permanecer presente na região, seria difícil a adequação para as exigências expostas pelo governo, como forma de prevenir contaminações de coronavírus.
"Acabei recebendo mensagens perguntando se teria missa normal. O posicionamento da nossa diocese, da igreja, tem duas considerações: o governador permitiu que as igrejas que queiram retorne as atividades em vários quesitos. Existe um jogo, uma pressão política a econômica muito grande por trás disso, de vários segmentos por abertura do comércio e parte dos pastores das pequenas igrejas, porque eles não têm mais arrecadação do dízimo. A segunda consideração é de que o governador permitindo que essas e outras atividades retornem, não significa que o coronavírus não existe mais. O coronavírus está aí, cada vez mais tem aumentado o número de casos e de mortes e isso não é brincadeira. Diz o ditado: quem mexe com fogo acaba se queimando", afirmou o padre Gabriel Manarim Dalmolin, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Cidade Mineira, de Criciúma.
De acordo com o padre, a medida está de acordo com o estipulado pelo Vaticano. "Devemos fazer toda a prevenção e todo o cuidado. O Estado permitiu que as igrejas que queiram podem retomar. O santo padre, Papa Francisco, a CBB e o Bispo Dom Jacinto são da posição de que devemos ficar em casa na medida do possível, cuidando das nossas famílias. Não está nada permitido na igreja", acrescentou.
Em Tubarão, o diocesano Dom João Francisco Salm falou à Rádio Tubá sobre as dificuldades que as igrejas teriam para se adequar às exigências do Estado e, por prevenção, as missas não retornarão presencialmente.
"Tem que haver alguém na portaria da igreja contando quantos entram e os bancos têm que ser ocupados intermitentes e pessoas a 1,5 metros ou 2 metros uma das outras. Tem que ter álcool gel, máscara disponível para as pessoas usarem. Quando a pessoa sair, a pessoa tem que fazer a desinfecção do banco. Não podem ir para a celebração pessoas acima de 60 anos ou com problemas de diabéticos, hipertensos... como vamos controlar isso? E se houver fiscalização, pode ser aberto processo administrativo sanitário. A preocupação é que se, depois dessa prática, for constatado contaminação maior, vão dizer que as igrejas não fizeram direito que tinha que fazer. Os itens são justificáveis, mas é difícil liberar, não temos condições", disse.
No começo da tarde desta quarta-feira, 22, poderá sair um comunicado oficial da diocese de Criciúma sobre o tema.