Conhecido e valorizado por Criciúma e por todo o Sul Catarinense, Moacir Fernandes tem, definitivamente, seu nome marcado na história da cidade carbonífera. Empresário ativo e engenheiro apaixonado, ele se consagrou na metade da década de 80 como um dos melhores, se não o melhor, presidente do Esporte Clube Criciúma - tudo isso graças a uma época de conquistas vividas pelo tigre.
Natural de Morro da Fumaça, Moacir estudou em seminários e institutos científicos até alcançar à universidade para fazer o curso de seus sonhos - Engenharia Civil. Como engenheiro, o empresário trabalhou em barragens e outras tantas grandes obras de infraestrutura, como a instalação das torres eólicas da Serra Catarinense, e a sua vinda à Criciúma contribuiu muito para isto. “Eu vim para Criciúma trabalhar na Coenco, ao lado do Jair Conte, onde fiquei durante nove anos. Depois disso, decidi sair para abrir a minha própria empresa de construções”, destacou Moacir.
E a vinda para Criciúma contribuiu não só para o seu crescimento como engenheiro, como também para sua inserção no futebol. A convite do pai de seu companheiro de Coenco, Davi Conte, Moacir trabalhou em algumas obras e manutenções no estádio do antigo Comerciário - um pontapé inicial que o levou, anos depois, ao cargo de presidente do Criciúma, em 1985.
“Em 1985, o até então presidente do clube Antenor Angeloni decidiu abandonar o Criciúma. Foi então que, a pedido do próprio Jair Conte, eu assumi, ficando no cargo até 1992”, destacou.
Foram anos de glória para a equipe e para a torcida tricolor. Enquanto presidente, Moacir conquistou títulos estaduais, nacionais e chegou até mesmo a disputar uma competição mundial pelo Criciúma - o que colocou o clube criciumense como um dos destaques nacionais. “Nós fomos tricampeões estaduais e depois ganhamos mais três títulos, foram seis títulos estaduais. Depois disso, ganhamos Série C, Série B, Copa do Brasil e disputamos a Libertadores, ficando em quinto lugar na competição”, relembrou Moacir, que assumiu a presidência do time novamente entre 2000 e 2007.
Sobre a atual situação do Criciúma, que segue brigando para não ser rebaixado para a Série C, Moacir afirma que são necessárias mudanças gerais no projeto do clube, de forma que o mesmo venha a trabalhar com mais gente e mais engajamento por parte da torcida. “O projeto que está aí não deu certo com o Angeloni. O futebol tem algumas diferenças que precisam ser trabalhadas para que tudo dê certo, e esse modelo não deu certo então precisamos procurar outro, fazer uma coisa diferente. Tem que bolar um sistema que congregue mais gente para tornar o clube, então, mais forte”, comentou o empresário.
Atualmente, com 72 anos, o ex-presidente confessa que não tem interesse de voltar a atuar na presidência do Criciúma e vem até mesmo passando a responsabilidade de sua empresa de engenharia para seus filhos, mas afirma que não perde o amor pela profissão e pelo esporte. “Eu sempre me dedico aquilo que eu gosto, e eu gosto mesmo é de futebol e engenharia. No futebol é assim, quando você ganha é herói, quando perde é bandido. Demos sorte de que encaixamos um time naquela época, um time bom que ficou dois anos sem perder uma partida em Criciúma”, concluiu Moacir.