A volta do comércio é tida por inevitável pelo Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina. No entanto, o procurador-chefe, Darlan Airton Dias, afirma que a flexibilização do isolamento social vai depender de critérios técnicos, especialmente no que diz respeito ao número de leitos de UTI que o Estado dispõe. A avaliação geral do procurador é de que, até o momento, o Estado está com boas ações de combate ao coronavírus. A definição da abertura comercial sairá no sábado, 11.
"O governador, se equilibrando em um conjunto de pressões, tem tomado boas decisões. De início, ser o primeiro a implementar uma quarentena rigorosa, nos coloca em boa situação. Eu acredito que é inevitável o retorno do comércio, mas a depender dos números de leitos de UTI nesses dias de feriado. ônibus acredito que não vai voltar, porque é ponto de aglomeração. Mais para frente deve voltar, mas agora acredito que não", apontou Darlan.
Em relação aos exames, um dos critérios importantes para o retorno da rotina, o MPF tem recebido boas notícias de Brasília. "Estamos com reuniões diárias com o ministério da Saúde, Fiocruz e fazemos a ponte (com o estado). Temos notícias boas em relação aos testes. A Fiocruz está conseguindo a produção com apoio de outros órgãos. Isso nos dá mais segurança inclusive nas políticas públicas de afrouxar ou não a quarentena", aponta o procurador.
"Acompanho discussões com várias entidades empresariais, é compreensível a agonia e desespero do setor produtivo de querer voltar logo, a gente sabe que todo mundo tem conta para pagar. O principal dado é a disponibilidade de leitos de UTI, crescimento da curva de contágio e o monitoramento de movimentação da sociedade. Dá para fazer uma projeção se a flexiblização de comércio vai ser suportado pelo sistema de saúde. Têm extremistas, a gente vive um momento de polarização que tudo se mistura com política, daqueles que acham que não tem que liberar nada e os outros que acham que é só uma gripezinha", conclui.