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Na moda, testes rápidos contra o coronavírus têm eficácia duvidosa

Hospitais e laboratórios estão vendendo testes sorológicos, mas eles devem ser feitos uma semana após sintomas e podem ter resultado enganoso

Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 15/04/2020 - 11:51 Atualizado em 15/04/2020 - 11:52
Foto: Divulgação
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A nova corrida contra o coronavírus em Criciúma está na busca pelos testes rápidos. A prefeitura aguarda a chegada de 9 mil, de um total de 10 mil que foram agendados, enquanto a Unimed recebeu um carregamento de 1,5 mil, de uma compra de 15 mil. Hospitais e laboratórios particulares comercializam os testes por valores que chegam aos R$ 500. No entanto, o exame pode não ter a eficácia que o paciente espera: eles devem ser feitos pelo menos sete dias após o primeiro sintoma de Covid-19 e, ainda assim, o resultado pode ser enganoso, de acordo com o pneumologista Renato Matos.

O médico explica os dois tipos de testes mais comuns na região: o PCR, feito com a coleta de fluídos do nariz ou da traqueia, e o teste rápido, chamado de sorológico, que indica a presença de anticorpos no organismo."Os testes rápidos são o que se chama de teste sorológico. Quando existe um agente agressor, no caso o coronavírus, existe uma resposta do organismo para controlá-lo. Uma delas é a presença de anticorpos", explica Renato.

São dois tipos de anticorpos: o Igm e o IgG. "No início da infecção, o organismo começa a se preparar para combater o agente invasor e faz iso através do IgM, um anticorpo de fase inicial. Na sequência é substituído pelo IgG, que é mais potente. O IgM fica positivo no sétimo dia e o IgG, mais definitivo, de 12 a 14 dias", aponta o médico.

"Se eu começo a ter os sintomas hoje e fizer o teste sorológico, está totalmente errado. Não tem papel nenhum. Ele vai dar positivo geralmente a partir do sétimo dia, em média. Nessa fase inicial se faz o PCR. Nessa fase de susto, a pessoa tem dor de garganta, vai fazer o teste sorológico e vai dar negativo (mesmo que ela tenha o vírus). É muito importante as pessoas terem essa noção", alerta Renato.

O PCR, feito pela coleta de fluídos na garganta e no nariz com uma espécie de cotonete, tem uma sensibilidade até 70% - ou seja, 70% daqueles pacientes sabidamente com coronavírus terão o resultado positivo, enquanto outros 30% receberão um falso negativo. Foi o caso, por exemplo, de um empresário vítima de Covid-19 em Criciúma, cujo primeiro teste deu negativo e a contraprova veio positiva.

Já sobre o teste sorológico, ou teste rápido, não há estudo que indique a sensibilidade. Assim, um positivo pode dar negativo e um negativo pode dar positivo, mesmo após o período de manifestação dos anticorpos. 

"Esses testes sorológicos vêm de diversas procedências. Nós não temos a real eficácia desses exames, a acurácia deles. Qual a realidade que eles transmitem para a gente, se é positivo é sempre positivo e se é negativo é sempre negativo, não é assim. Há tantos falsos positivos quanto falsos negativos. A medicina é muito complexa. Se eu não sinto nada, estou assustado porque um parente teve Covid, estou sem sintoma, faço o exame e dá positivo, não significa necessariamente que eu esteja infectado ou protegido", concluiu Renato. 

Tags: coronavírus

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