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No Avesso, Rafael Cortez fala sobre carreira e o motivo do fim do CQC

Longe das telas desde 2018, humorista está investindo em uma carreira solo

Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 09/05/2020 - 10:13
Foto: divulgação
Foto: divulgação

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Ele tem uma carreira de mais de uma década com humor e se consagrou no final dos anos 2000 como repórter de um dos programas mais bombados, na época, da Rede Bandeirantes. O programa Do Avesso recebeu nesta semana o humorista Rafael Cortez, para uma conversa sobre carreira e, também, sobre o programa que lhe impulsionou: o CQC.

A porta de entrada de Rafael para a TV foi devido a uma mistura de comportamentos que ele mesmo define como: cara de pau, ousadia, sorte e, acima de tudo, Deus. Em 2007 ele foi chamado para uma entrevista de emprego para a produção do CQC, programa que apresentava um resumo semanal de notícias e que, na época, ainda não tinha estreado no Brasil - tendo sido importado da Argentina.

A questão era que ele não queria ser produtor e estava visando mesmo era uma vaga de repórter. “Nunca tinha feito nada de comédia e nem segurado um microfone. Me chamaram para a reunião da vaga de produtor e eu falei que tinha ido negar a vaga e que eu queria mesmo era ser repórter. Eles ficaram ofendidos, mas eu disse: eu vou fazer o melhor repórter da vida. Então eles me deixaram fazer o teste”, disse.

O primeiro teste de Cortez foi na Casa dos Criadores, um evento de moda em São Paulo, em que ele tinha de falar com os estilistas e modelos presentes no eventos. “Fui muito mal no começo. A minha primeira piada foi uma porcaria. Tinha um patrocínio da Brastemp que ficava sendo projetado nas paredes em vários lugares com lasers, e eu ficava fugindo como se fosse uma invasão alienígena”, comentou o humorista, que acabou pegando o jeito e, em uma entrevista cheia de perguntas sem sentido com uma grande estilista do evento, conquistou risadas de quem estava em volta. 

Foram necessários dois testes e dois meses de espera para que ele fosse finalmente chamado para ser repórter do CQC. Desde então, ele foi fazendo sua carreira como humorista no programa da Band e, também, em outros de outras emissoras brasileiras, como a TV GLOBO e a Record. 

De dois anos para cá, ele tem focado na carreira de autogestão, focado em seus próprios projetos. “Resolvi bancar o artista independente sem mídia. Eu já ficaria sem mídia de qualquer maneira porque se eu não tivesse pedido para sair da Globo em 2018 eles teriam me mandado embora”, comentou. Desde então o humorista tem feito alguns shows e stand-up’s de humor, com exceção do período de quarentena, e também vídeos para o seu canal no Youtube.

O fim do CQC

O CQC foi ao ar de 2008 até 2015. No início, a equipe de apresentadores e repórteres do programa era composta por humoristas como Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Marcelo Tas, Marco Luque e o próprio Rafael Cortez. De acordo com o comediante, uma série de fatores levaram a um único motivo pelo programa ter acabado: a falta de público.

“Acho que todo o entretenimento é o hábito de assistir com aquilo e contar com aquilo. O CQC era hábito, com sete, oito pessoas conhecidas pelo público. Começou a degringolar quando os integrantes ficaram muito conhecidos, ganharam notoriedade e foram atiçados pela concorrência. O primeiro que saiu foi o Rafinha, em seguida o Danilo Gentili conseguiu o programa dele e eu sair para ir para a Record. O telespectador começou a ficar bravo. ‘Eu gosto de ver o programa que eu conheço com os caras que eu conheço’, diziam”, ressaltou Rafael.

Além da saída de nomes famosos e característicos do programa, a perda de espaço para ir aos ambientes políticos durante o governo Dilma, de 2010 em diante, também foi um dos fatores que levaram o programa a acabar - segundo Cortez. “Perdemos muito espaço para falar de política no governo da Dilma, porque na real é que a Dilma era uma presidente era uma presidente que não sabia lidar de nenhuma maneira com a imprensa, assim como o Bolsonaro também é”, disse.

Os repórteres do CQC aos poucos foram sendo proibidos de circular planalto, Itamaraty e Congresso. “Sem poder penetrar em nenhum lugar, tivemos que fazer mais celebridades, mas nós estávamos na mesma emissora que o Pânico na TV, e o pânico era o melhor programa de zoeira com celebridades. Nós éramos para zoar política”, declarou.
 

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