O novo coronavírus vem pautando discussões em basicamente todas as mídias e meios sociais - e claro que no Avesso não seria diferente. O programa recebeu nesta quarta-feira, 18, o Doutor Vitor Benincá, que explicou algumas das características do COVID-19 e respondeu a algumas dúvidas pertinentes do vírus.
Uma das maiores dúvidas que ainda rondam a cabeça de muitas pessoas, mesmo com o vírus já tendo atingido todos os continentes, é de onde ele surgiu. Entre as teorias, algumas mirabolantes e outras nem tanto, está o dito de que o vírus havia surgido do morcego.
“Não se tem muita informação sobre de onde veio, o lance do comer morcego fica mais para parte de mitos mesmo. Os coronavírus são vírus muito antigos, o que aconteceu agora é uma nova mutação e por isso o chamamos de COVID-19, porque ele já existia. Já tivemos outras infecções por coronavírus, mas este último de 2019 foi o mais virulento”, explicou o doutor.
Apesar de outros vírus tão mortais quanto já terem passado por aqui, o COVID-19 se diferencia em uma característica muito particular: a disseminação. Enquanto a H1N1, por exemplo, possui um nível de propagação igual a uma pessoa e “meia”, o coronavírus dobra este risco.
A quarentena de toda ou boa parte da população é uma das maneiras mais eficazes de, enquanto o vírus estiver no seu auge, combatê-lo. “O vírus depende de ter alguém infectado para ser transmitido, sendo a pessoa o vetor do coronavírus. Se todo mundo ficar em casa, vai ter um momento em que aquela pessoa vai se curar e, consequentemente, não será mais um transmissor”, ressaltou o doutor.
Enquanto não se acha uma vacina ou um remédio para o vírus, o corpo humano é o próprio “combatente” do COVID-19. E é por isso que pessoas mais saudáveis, ou com uma imunidade mais acentuada acabam sobrevivendo e não passando por grandes dificuldades enquanto infectadas. “O seu corpo adquire essa briga contra o vírus, vence essa briga e acaba por ali a infecção, ele mata e ainda guarda uma memória de resposta para proteção futura”, disse Vitor.
Uma das orientações do médico, além da já ressaltada pelo Estado de que, quando possível, ficar em casa, é a de não procurar hospitais quando os sintomas são leves - buscar informações, mas não necessariamente o hospital, já que pode acabar sendo apenas uma gripe.
“Não é necessário fazer estoque de mercadorias e, se for ficar em casa, nem ao menos comprar álcool em gel em excesso. Para quem está em casa, lavar as mãos com água e sabão é uma ação tão protetora quanto lavar com álcool em gel. Faça isso ao chegar em casa, ao sair, e sempre que puder”, pontuou Vitor.