O mundo vem lidando com a pandemia do novo coronavírus há mais de um ano, e a chegada da vacina em 2021 começou a proporcionar perspectivas mais positivas referentes à retomada na normalidade. No entanto, de acordo com o psiquiatra João Quevedo, a projeção de volta de uma “vida normal” ficou para 2023 - isso para os Estados Unidos, que já está realizando a vacinação em massa de sua população.
“A perspectiva dos EUA é de que esse ano ainda será esquisito, com o uso de máscara e distanciamento ainda sendo necessário ao longo de 2021. 2022 deverá ser um ano de transição para a normalidade, mas a vida normal mesmo, com N maísculo, é 2023. Isso para um país que já está vacinando mesmo”, declarou o psiquiatra.
Morador de Boston há anos, Quevedo acompanhou todo o processo de combate à pandemia nos Estados Unidos ao longo dos últimos meses. Segundo ele, o coronavírus atualmente no país se resume a uma única coisa: a vacina.
“Estamos vacinando na universidade de segunda à segunda, sem parar. Hoje já estamos vacinando pacientes na faixa de 40 anos, com comorbidades. Não falta se vacina mais porque falta mão de obra. O que acontece é que temos que tirar o pessoal que toca a atividade clínica normal para isso, o maior desafio é a mão de obra”, pontuou.
Os efeitos psiquiátricos causados pela pandemia
Muito já se estuda sobre os efeitos psiquiátricos causados pela pandemia de Covid-19. De acordo com o psiquiatra, o que mais se vem observando é o agravamento de quadros psiquiátricos de pessoas que já possuíam problemas neste sentido, por conta do isolamento e o próprio medo da doença.
“Estou me surpreendendo no sentido de menos coisa nova do que esperava, mas muito mais agravamento do que se tinha. Por vários fatores, como distanciamento social, descuidado de tratamento, estou trabalhando bastante bastante mesmo”, afirmou.