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Números devem definir medidas contra a Covid-19, alerta pneumologista

Renato Matos falou sobre os testes que serão feitos em Criciúma e volta a elogiar medida de isolamento como estratégia de combate

Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 20/04/2020 - 14:33
Pneumologista Renato Matos (Foto: Arquivo / 4oito)
Pneumologista Renato Matos (Foto: Arquivo / 4oito)

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A pandemia do coronavírus alastra-se em velocidade diferente nas regiões brasileiras. Enquanto Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, encontram dificuldades no sistema de saúde devido ao grande número de infectados, no Sul catarinense a situação é mais tranquilo. No Rio, o governo já busca alternativas para lidar com o provável grande número de mortes nos próximos dias. Em Criciúma, o comércio foi reaberto e a movimentação é para uma flexibilização ainda maior do isolamento social.

"Criciúma hoje tem poucos casos, o que certamente é uma virtude do isolamento. Graças a visão dos nossos governantes que tiveram essa posição firme. Ninguém sabe se está na hora de abrir. Essa conduta de abrir um pouquinho, observa, vamos buscar números, para daqui a pouco se tiver a situação mais tranquila ter a situação de maior abertura do comércio. Talvez tenhamos épocas que vai se abrir, épocas que vai se fechar. Tudo o que sobe, desce. A curva vai descer, mas não sabemos quando. Se deixar a curva subir muito, o número de pessoas que vão morrer vai ser muito maior e a economia vai sofrer mais", alerta o pneumologista Renato Matos.

Para o médico, ainda há poucos números reais sobre o coronavírus, o que dificulta na construção de políticas públicas, inclusive os decretos de isolamento social. 

"Estamos fazendo previsão com poucos dados. Os modelos se baseiam em três premissas: o número de pessoas que uma pessoa infectada contagia. Os números da China era de que cada pessoa infectava três, mas estamos vendo que os números da China estão meio furados. Aqui no Brasil diz-se que infecta seis. Não sabemos o número de pessoas suscetíveis e nem quantas pessoas já foram infectadas", aponta.

Em Criciúma, um estudo será feito a partir desta segunda-feira, 20, em acordo com um modelo elaborado pela Universidade Federal de Pelotas: o teste aleatório a pessoas para entender qual o nível regional da epidemia. Renato destaca a importância de saber esses números para poder fazer a abertura: entender se o sistema de saúde, com leitos de UTI e respiradores mecânicos, conseguirá atender a procura por pacientes com Covid-19. 

"O dado que vamos receber essa semana pode ser muito difernete daqui a duas semanas. Nós dependemos de números. Está provado que pessoas bem tratadas - hoje nós temos certeza do oxigênio, os outros são tratamentos experimentais, que vamos ter resultados em 60 dias ou mais - acabam, na grande maioria, saindo (da UTI), tem boa resposta. É uma resposta lenta, são semanas de UTI. Temos que quantificar nossa capacidade de atendimento, para sabermos a capacidade de abrir mais ou menos. Lembrando que Criciúma atende toda a região. Isso tem que ser conversado", concluiu Renato. 

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