Uma das capitais brasileiras mais afetadas pelo novo coronavírus, Manaus teve um aumento repentino no número de mortes pela doença. A média de óbitos diários, que era de 30, passou para mais de 100, o que resultou no colapso do cemitério municipal Nossa Senhora Aparecida e fez com que os corpos tivessem que ser enterrados em valas comuns nesta terça-feira, 21.
O enterro em valas coletivas foi a solução encontrada para acelerar os sepultamentos no município, visto que a abertura individual das covas demanda mais tempo e funcionários para ocorrer. As valas, então, são abertas por uma retroescavadeira, para agilizar o processo. As sepulturas, no entanto, serão identificadas às famílias.
“O setor funerário tinha feito uma projeção de que estaríamos em abril com algo em torno de 50 e poucos óbitos por dia. Mas só neste domingo morreram 122. Na terça da semana passada (dia 14) foram 102. Desde então, este número só cresceu”, disse o presidente do Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Amazonas, Manuel Viana, em entrevista ao O Globo.
O estado do Amazonas tem 193 mortos pelo coronavírus confirmados até agora, 156 somente em Manaus. Apesar disso, as autoridades do município reconhecem que a doença está subnotificada na cidade, visto o fato de que muitos corpos estão sendo enterrados sem que o teste seja realizado.
O prefeito do município, Virgílio Neto, o número de enterros vem crescendo a cada dia. Nos últimos dois dias, foram 127 mortes. Para lidar com a situação da crescente das mortes e da sobrecarga do sistema funerário, o município criou um comitê de crise para óbitos.
(Informações: Folha, O Globo, Veja)