Algumas grandes empresas, como a Coca Cola e a Unilever, estão promovendo um boicote ao Facebook e às redes sociais. Importantes marcas internacionais interromperam completamente suas publicidades digitais em mídias sociais, com o objetivo de protestar contra a falta de ações das plataformas em relação aos discursos de ódios veiculados dentro delas.
O Facebook é um dos alvos mais criticados pelas empresas, que alegam que a plataforma pouco faz para combater postagens racistas e ofensivas cheias de desinformação. Apesar disso, o boicote não deverá trazer um grande impacto financeiro para a empresa de Mark Zuckerberg.
"O impacto ainda está sendo medido. Se todas as 180 marcas que iniciaram o boicote realmente tirarem todo o invetimento do Facebook, isso equivale a 10% da renda anual da plataforma em mídia. Para o Facebook, talvez não seja um impacto tão grande", destacou a publicitária Alessandra Koga.
O impacto, no entanto, deverá vir mais na questão social, já que debates sobre racismo e preconceitos estão sendo cada vez mais impulsionados desde o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, que resultou em uma série de protestos. Com isso, marcas estão sendo cobradas para apresentarem um posicionamento.
Para as grandes marcas, deixar de investir em propagandas digitais também não deve apresentar um grande impacto. "Essas grandes empresas sempre investiram mais em mídias tradicionais. A Coca Cola não vai deixar de vender porque não está no Facebook, assim como a Hellmann's também não", pontuou Koga.
A publicitária ainda ressalta que não está bem definido até quando irá o boicote, e qual a negociação que deverá ser levantada por conta dele. "Claro que esse movimento coloca um holofe na questão, mas o Facebook tem seu gabinete de diversidade também. A questão é: o real propósito disso. Faltou o movimento ter um prazo apra terminar. Entendo que as empresas estão aderindo, mas qual a troca que querem com o boicote", afirmou.