Atuando na linha de frente no combate a pandemia de coronavírus em São Paulo, o médico criciumense Alan Cesconetto Rosa compartilhou a sua visão sobre a fase em que vivemos no avanço do vírus, como a doença atinge os idosos e o uso da hidroxicloroquina. O médico cursa geriatria e atua na rede privada Prevent Senior, especializada no público da terceira idade. A rede conta com aproximadamente 500 mil pessoas na sua carteira de clientes.
Um mês antes da doença chegar ao país, a rede se fortaleceu com serviços online. "Rede de telemedicina, teletriagem. Quando chegou o vírus, já estava tudo preparado para atender essa população de forma remota, para que diminuésse a procura no Pronto Socorro, que caiu em 60%", comentou o médico.
A respeito do medicamento mais falado dos últimos tempos, a hidroxicloroquina, o criciumense conta que o medicamento é aplicado em seus pacientes. "O sentimento é que essa medicação ajuda e muito, principalmente, no início dos sintomas. O paciente quando já tem a doença avançada, uma síndrome respiratória aguda grave, mesmo que a gente erradique o vírus do organismo, aquela doença fica por muito tempo causando prejuízo para o paciente", explicou. "Estou na linha de frente, atendendo no Pronto Socorro como geriatra. Eu consigo enxergar nitidamente isso. Os pacientes que a gente trata precocemente, dificilmente voltam com piora dos sintomas. Se voltam, é sem necessidade de internação", emendou.
O médico alerta sobre a gravidade da Covid-19 e a necessidade de permanecer em casa, evitar aglomerações e só sair em caso de extrema necessidade. "Os casos estão aumentando e muitos casos graves. Chegando já com insuficiência respiratória e indo para intubação já no primeiro momento", comentou Cesconetto. "O pior ainda está por vir, principalmente na rede pública de saúde, infelizmente", lamentou.