O Ministério Público de Santa Catarina se manifestou na tarde desta quinta-feira, 2, por meio de uma nota publicada em seu site, sobre as ações da Operação Blackout, do Gaeco, ocorridas na manhã de hoje na Prefeitura de Criciúma. A investigação envolve a participação de agentes públicos e atos de improbidade administrativa.
Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos, além da apreensão de R$ 300 mil e duas armas de fogo. A operação também culminou na ligação de licitações do Município de Criciúma com um grupo criminoso.
Confira logo abaixo a nota divulgada pelo MPSC:
Na manhã desta quinta-feira (2/7), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) deflagrou a operação batizada como "Blackout" na cidade de Criciúma. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.
O nome da operação deve-se ao fato de a investigação decorrer de procedimento de investigação criminal instaurado na 11ª Promotoria de Justiça da comarca de Criciúma para apurar fraudes em procedimentos licitatórios relacionados à aquisição de materiais e contratação de serviços de iluminação pública. Durante a operação, foram apreendidos cerca de R$ 300 mil, uma pistola 7.65mm e um revólver 38.
A 11ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma e o GAECO investigam além dos crimes licitatórios, supostos crimes contra a Administração Pública, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, além de atos de improbidade administrativa, envolvendo agentes públicos.
Apurou-se que o grupo criminoso investigado teria sob sua administração várias empresas, que além de concorrerem entre si em diversas licitações no Município de Criciúma, obtinham, por meio de servidores públicos, facilidades em alguns processos licitatórios, mediante a participação na elaboração dos projetos.
Com o domínio dos objetos licitados, a organização criminosa participou de ao menos 7 (sete) licitações no Município de Criciúma nos anos de 2019 e 2020, e de maneira fraudulenta venceu os certames. Os contratos obtidos pela organização criminosa, nessas condições, superaram o valor de R$ 20 milhões.
No transcorrer das investigações revelaram-se indícios de sonegação fiscal, sendo instaurado pela 6ª Promotoria de Justiça de Criciúma procedimento de investigação criminal para apurar os fatos.Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma, que acolheu os pedidos formulados pela Promotora de Justiça em atuação na 11ª Promotoria de Justiça da mesma comarca. Também participaram da ação auditores da Receita Estadual e o Instituto Geral de Perícia (IGP).