A Operação Mercadores da Morte, deflagrada na manhã desta terça-feira (28) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), apreendeu mais de R$ 202.845 em espécie, 2.850 dólares e R$ 350.220 em cheques, além de inúmeros documentos e aparelhos. Segundo o promotor de Justiça da 29ª Promotoria de Justiça da Capital, Wilson Paulo Mendonça Neto, após a análise dos itens apreendidos, será deflagrada a competente ação penal.
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Não houve prisões durante a ação em Florianópolis em Criciúma. Foram cumpridos 20 mandados pedidos pela 29ª Promotoria de Justiça e dez mandados em apoio a 6ª Promotoria de Justiça de Criciúma. “Em Florianópolis, verificamos primeiro que o sistema é altamente lucrativo, por isso se verifica a expansão dele para outras cidades, como o caso de Criciúma”, detalhou o promotor.
Como ocorre a fraude
O promotor relatou ainda como se dá o processo de fraude nas funerárias. “Diversas pessoas, ao procurar o serviço funerário, não tinham a opção de escolha daquela responsável por fazer o serviço do seu ente querido. O que chama atenção na investigação é que as pessoas são pegas justamente em um momento extremamente triste e acabam sendo enganadas como consumidoras na prestação desse serviço”, disse.
As investigações indicam que existia uma dificuldade muito grande na escolha do serviço funerário. As funerárias fariam um revezamento entre elas, não permitindo a escolha por parte do consumidor. O suposto crime é investigado contra a ordem econômica, conhecido como cartel, crime na relação de consumo e crime contra a paz pública.
Operação Mercadores da Morte
Os mandados estão sendo cumpridos em Florianópolis, São José e Criciúma. Foram apreendidos documentos relacionados a edital de concorrência pública, documentos relacionados à renovação, celulares, dinheiro, entre outros, e 118 policiais que integram o Gaeco estão participando da operação.
O procedimento investigatório criminal foi instaurado em 2022 e desde então a 29ª Promotoria de Justiça da Capital vem apurando supostas irregularidades envolvendo a prestação de serviços funerários. Segundo a apuração, o esquema teria começado em Florianópolis e estaria se expandindo para Criciúma, utilizando o mesmo modus operandi. Empresas do ramo funerário estabeleceriam regras e valores superfaturados dos serviços e juntas controlariam os preços para que não haja concorrência.